| Outros membros |
Ana Clara Gonçalves Nogueira, Carla de Oliveira Loures, Daniela Alves Feu, Dayana de Jesus Lodi, Felipe Lopes da Silva, Maria Luiza Castilho Baldi, Natan Gomes Braz, RENATO LEAO SA DE OLIVEIRA |
| Resumo |
O trauma cranioencefálico (TCE) é uma emergência comum em cães, geralmente causado por acidentes e quedas, resultando em lesões cerebrais primárias e secundárias. As lesões primárias ocorrem no momento do impacto, enquanto as secundárias surgem devido a alterações bioquímicas e físicas que levam à hipertensão intracraniana e comprometem a perfusão cerebral. O atendimento imediato é crucial para minimizar esses danos. Objetiva-se relatar o caso de uma paciente Shitzu, de 7 meses, atendida no Hospital Veterinário da UFV. A paciente foi atendida no Setor de Emergência, 40 minutos após queda de um terraço de 3 metros de altura, apresentando hifema, edema palpebral/conjuntival no olho direito, bradicardia e hipertensão, reflexos pupilares e de ameaça reduzidos, compatíveis com reflexo de Cushing decorrente de Trauma Crânioencefálico (TCE). Realizou-se protocolo ABCDE do trauma imediatamente após admissão no setor, possibilitando descartar outras lesões significativas. Iniciou-se o tratamento de suporte para TCE, por meio da administração de manitol (1 g/kg/IV) para controle da pressão intracraniana (PIC) e analgesia com dipirona (25 mg/kg/IV) e metadona (0,2 mg/kg/IM) em decorrência a uma dor intensa na região de crânio. Após o tratamento inicial a paciente apresentou discreta melhora clínica, mas cerca de 2 horas voltou a apresentar redução do estado de consciência e reflexo de Cushing, sendo necessário uma segunda administração de manitol. Após esta, houve melhora dos parâmetros clínicos, com aumento da frequência cardíaca, redução da pressão arterial e melhora do nível de consciência. Uma radiografia de crânio foi realizada após estabilização do quadro, na qual não foi possível identificar fraturas em crânio. A paciente foi internada para monitoramento dos sinais neurológicos e tratamento de suporte ao TCE. No dia seguinte, apresentou melhora significativa do quadro de TCE, com redução do edema ocular e hifema. Foi realizado o teste de fluoresceína para descartar lesões corneanas, este com resultado negativo. Após mais um dia de internamento para monitoramento, a paciente recebeu alta médica com prescrição de analgésicos e tratamento específico para a afecção ocular. Dessa forma, entende-se a importância do atendimento imediato ao TCE, que visa minimizar seus danos secundários, sendo a abordagem orientada pelos princípios ABCDE do trauma, com suporte adequado e monitoramento neurológico. |