Das Montanhas de Minas ao Oceano: Os Caminhos da Ciência para um Futuro Sustentável

20 a 25 de outubro de 2025

Trabalho 22175

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Dimensões Ambientais: ODS15
Setor Departamento de Veterinária
Bolsa PIBIC/CNPq
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Gabriel Silva Toledo
Orientador FABIANA AZEVEDO VOORWALD
Outros membros FABIANA CRISTINA SILVEIRA ALVES DE MELO, FABIANO RODRIGUES DE MELO, Isabela Normando Mascarenhas, LUKIYA SILVA CAMPOS FAVARATO
Título Controle Populacional de Callithrix spp como estratégia de conservação de Callithrix aurita
Resumo O Callithrix aurita é um pequeno primata neotropical endêmico das regiões montanhosas da Mata Atlântica do sudeste brasileiro (MELO et al., 2020). Classificado “Em Perigo” pelo Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (ICMBIO, 2018), sofre ameaça direta da presença de saguis invasores, que ocupam seu habitat e cruzam com indivíduos da espécie, gerando híbridos férteis. Esse processo compromete a integridade genética e reduz a população original da espécie.
Diante disso, o manejo populacional de híbridos tornou-se ferramenta essencial para a conservação do C. aurita. A metodologia consiste na captura, esterilização e devolução dos híbridos ao local de origem, a fim de conter sua reprodução. Isso cria um ambiente controlado para, futuramente, reintroduzir grupos puros da espécie.
A captura foi realizada com uso de ceva para atrair os animais a um ponto fixo onde foram instaladas armadilhas tipo tomahawk. Foram feitas sete capturas entre setembro de 2024 e julho de 2025, totalizando 20 indivíduos (12 fêmeas e 8 machos), sendo 18 adultos e 2 infantes mantidos com a mãe até atingirem peso mínimo de 200g e desenvolvimento suficiente para a cirurgia.
Após capturados, esses passaram por um breve período de cativeiro, onde foi coletado fezes para coproparasitológico, sangue para hemograma pré-cirúrgico e soro do plasma sanguíneo. As fêmeas foram submetidas à salpingectomia, na qual é realizada uma incisão com bisturi em linha alba pré-púbica, divulsão do subcutâneo, visualização do útero e ovários e ligadura dupla das tubas uterinas, com ressecção de 1cm de tecido tubárico. Foi realizada miorrafia com poliglecaprone 4-0 e sutura intradérmica zigue-zague, para fechamento da incisão cirúrgica com o mesmo fio. Nos machos, foi realizado deferentectomia, por meio de incisão pré-escrotal com bisturi, divulsão do subcutâneo, abertura da túnica vaginal sem exposição dos testículos e ligadura dupla dos ductos deferentes, com ressecção de 1cm de tecido. Realizou-se redução do subcutâneo com sutura intradérmica zigue-zague utilizando poliglecaprone 4-0. Ambas as técnicas foram realizadas por preservar os níveis hormonais, essenciais na manutenção da hierarquia social da espécie.
As cirurgias ocorreram no Hospital Veterinário da UFV, com apoio de docentes, residentes e alunos. Os animais foram soltos após 7 dias do procedimento cirúrgico. A devolução dos animais ao local de origem garante que o espaço continue ocupado, impedindo a formação de novos grupos híbridos e auxiliando na manutenção de grupos já conhecidos.
Conclui-se que o controle populacional aliado à reprodução ex situ de C. aurita representa uma estratégia eficaz para a conservação da espécie, permitindo, a longo prazo, a reintrodução de populações puras em vida livre.
Palavras-chave Esterilização, Conservação, Aurita
Forma de apresentação..... Vídeo
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