| Resumo |
As barreiras linguísticas ainda representam um grande obstáculo no acesso ao ensino de ciências por estudantes com deficiência auditiva, que necessitam de linguagem específica (Yamamoto 2016). Considerando o direito à educação inclusiva e equitativa, este projeto busca adaptar o ensino da Física a essa realidade, promovendo acessibilidade ao conteúdo do movimento circular uniforme (MCU). O trabalho está sendo desenvolvido no contexto do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) do Departamento de Física e parte na disciplina Língua Brasileira de Sinais - LET290, sendo uma adaptação de materiais e experiências vivenciadas no ambiente escolar. A proposta pedagógica fundamenta-se no bilinguismo, considerando a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como primeira língua e a Língua Portuguesa escrita como segunda (Calixto 2019). O projeto é voltado para estudantes do 1º ano do Ensino Médio, com foco especial em alunos com deficiência auditiva, matriculados no Colégio Effie Rolfs. No entanto, o material e a metodologia adotados têm potencial de aplicação ampla. A metodologia combina exposições teóricas adaptadas em LIBRAS com atividades práticas, partindo da analogia entre o movimento linear e o movimento circular. Para isso, desenvolveu-se um experimento utilizando uma bicicleta como exemplo de sistema de transmissão - permitindo explorar, de forma concreta e visual, a relação entre velocidade linear, velocidade angular e aceleração tangencial. O sinalário específico em LIBRAS para os termos físicos é planejado para ser incorporado ao longo das aulas, favorecendo a compreensão dos conceitos abordados. Espera-se também com esse trabalho, resultados positivos no sentido de universalizar o ensino de física para todo o público, abrindo espaço para a aplicação do estudo em outros conteúdos ou áreas do conhecimento, existindo a possibilidade de redesenhar o plano didático apenas mudando o teor do conteúdo a ser estudado e também o sinalário utilizado para este conteúdo, mas mantendo a sua estrutura básica. Espera-se também que o uso da bicicleta como modelo prático aproxime os estudantes da realidade cotidiana, facilitando a abstração dos conceitos físicos. |