| Resumo |
A universalização do tratamento de esgoto é fundamental para a promoção da saúde pública e qualidade ambiental, exigindo esforços contínuos no desenvolvimento de políticas públicas e tecnologias que ampliem a cobertura do saneamento, especialmente em municípios de pequeno porte, que muitas vezes carecem de infraestrutura e recursos para implantação e manutenção de sistemas complexos - realidade comum em cidades do interior de Minas Gerais. Com esse foco, este estudo investigou a cobertura do tratamento de esgoto e as principais tecnologias empregadas em ETEs (Estações de Tratamento de Esgoto) em operação em 12 municípios de Minas Gerais, vinculados ao Consórcio Intermunicipal de Saneamento Básico da Zona da Mata (CISAB) - Acaiaca, Aimorés, Conselheiro Pena, Itambacuri, Manhuaçu, Mantena, Muriaé, Pedro Teixeira, Pedra Dourada, Rio Doce, Vermelho Novo, Viçosa. Os dados foram obtidos junto ao Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (SINISA) e a partir de visitas técnicas às ETEs em operação nos municípios. Os dados do SINISA apontaram grande variação na proporção da população com coleta/tratamento de esgoto e água tratada, com destaque positivo para Rio Doce (80,4% e 94,5%) e Mantena (78,4% e 79,5%), e negativo para Itambacuri (32,0% e 45,5%). Em relação às tecnologias de tratamento adotadas, das 35 ETEs visitadas quatro tecnologias de tratamento a nível secundário se destacam: reatores UASB (19 ETEs), Tanques Sépticos (TS) (14) e Lodos Ativados (LA) (2). No pós-tratamento de reatores UASB, os principais sistemas foram de filtros anaeróbios (FAn) (8 ETEs), biofiltros aerados submersos (5 ETEs), lagoas facultativas (1 ETE), lodo ativado (1 ETE) e filtro biológico percolador (1 ETE). Em linhas gerais, as ETEs atendem populações que variam de 88 a 52.542 habitantes e vazões de esgoto de 0,1 a 27,8 L/s. A predominância dos reatores UASB está em consonância com o reportado por Chernicharo et al. (2016) que indicam a predominância deste sistema para populações de pequeno porte (<2.000 hab). Conclui-se que a combinação de reatores UASB + FAn em sistemas descentralizados representa a solução mais difundidas na área de estudo; via de regra, esta configuração apresenta limitações em termos de atendimento aos padrões de lançamento. Reitera-se a necessidade de estudos contínuos de monitoramento do desempenho operacional das ETEs, assim como do gerenciamento de subprodutos da DA (biogás, lodo e escuma). |