Das Montanhas de Minas ao Oceano: Os Caminhos da Ciência para um Futuro Sustentável

20 a 25 de outubro de 2025

Trabalho 22156

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Exatas e Tecnológicas
Área temática Dimensões Econômicas: ODS9
Setor Departamento de Engenharia Civil
Bolsa CAPES
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro CAPES
Primeiro autor Ariel Miranda de Souza
Orientador JOSE MARIA FRANCO DE CARVALHO
Outros membros Gabriela Moreira Silva, Guilherme Jorge Brigolini Silva, LEONARDO GONCALVES PEDROTI, Ricardo André Fiorotti Peixoto
Título A reologia do cimento LC3
Resumo A indústria do cimento responde por aproximadamente 7% das emissões globais de CO₂, devido à produção intensiva de clínquer, especialmente em países como China, Índia e Brasil. Frente aos compromissos climáticos globais, como a Agenda 2030 da ONU, que visa reduzir significativamente as emissões até 2030, há um esforço internacional por alternativas de baixo carbono. O cimento LC³ (Limestone Calcined Clay Cement), composto por argila calcinada, calcário e clínquer, tem ganhado destaque por reduzir emissões sem comprometer o desempenho mecânico. No entanto, sua aplicação ainda enfrenta desafios relacionados à reologia, devido à presença de argilas, que afetam negativamente a trabalhabilidade das misturas. Diante disso, este trabalho tem como objetivo realizar uma revisão sistemática da literatura sobre a reologia de cimentos LC³, buscando compreender os mecanismos que afetam suas propriedades em estado fresco e orientar estratégias para otimização do seu desempenho. A metodologia adotada envolveu a seleção de artigos publicados nos últimos cinco anos, com busca na base Scopus, utilizando os termos calcined clay, LC3, cement e rheology. Foram selecionados 101 estudos relevantes que abordam aspectos como a morfologia das partículas, a floculação das argilas, o empacotamento compressível, o potencial zeta, a interação com aditivos superplastificantes e os efeitos de intercalação. Os resultados indicam que o principal fator responsável pela perda de trabalhabilidade nas misturas com LC3 é a alta área superficial das argilas calcinadas. Isso ocorre porque as argilas mais reativas e recomendadas para o uso no LC3, como as ricas em caulinita, apresentam estrutura lamelar, superfície rugosa e elevada área específica, o que aumenta significativamente a demanda por água e aditivos para dispersão. Além disso, a tendência de floculação das partículas e a redução do potencial zeta intensificam as interações entre as partículas, promovendo aglomerações que reduzem a fluidez do sistema. Esses efeitos são agravados por fatores como o pH da solução, a presença de íons como o cálcio e o tipo de aditivo superplastificante utilizado. Diante dos desafios reológicos identificados, este estudo mostra que há caminhos promissores para viabilizar tecnicamente o uso do LC3 em escala industrial. Estratégias como o controle rigoroso das condições de calcinação da argila, a moagem otimizada dos materiais, o desenvolvimento de superplastificantes específicos para sistemas com argila calcinada e a substituição parcial por resíduos industriais podem mitigar os efeitos negativos sobre a trabalhabilidade. Pesquisas futuras devem priorizar o aperfeiçoamento dessas soluções para garantir desempenho técnico adequado e permitir a adoção em larga escala de cimentos de baixo carbono na indústria da construção.
Palavras-chave viscosidade, fluidez, argila calcinada
Forma de apresentação..... Vídeo
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