| Resumo |
Este trabalho tem como objetivo apresentar o papel do estudante extensionista, bolsista da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares - ITCP/UFV, na Feira da Agricultura Familiar e Economia Solidária de Paula Cândido. Articulada em 2021 junto a uma rede de parceiros como a Emater, Poder Público Municipal e Sindicato dos Trabalhadores Rurais, a Feira que acontece aos sábados pela manhã é uma iniciativa que visa fortalecer os laços entre produtores e consumidores promovendo o desenvolvimento da economia local de modo justo e igualitário atuando em pautas sociais e culturais. Reúne agricultores e agricultoras familiares locais, cozinheiras e artesãs em um espaço de vivências, comunicação, valorização do trabalho e comercialização direta. Traz variedade de produtos entre eles verduras, frutas e legumes produzidos por agricultores familiares e agroecológicos, artesanatos em geral, quitandas mineiras e alimentos de consumo imediato como chopp, pastel e caldo de cana. Sendo regida por um regimento interno construído coletivamente, a feira é um reflexo prático de sustentabilidade e autonomia entre pequenos produtores, que recebem assessoria pela ITCP-UFV para o fortalecimento do coletivo em suas capacidades técnicas e organizativas, o que favorece a promoção de um ambiente de integração, aprendizado e valorização da troca de saberes populares que vem ganhando visibilidade e proporcionando oportunidades de trabalho, renda e lazer para as pessoas. Mês a mês são realizadas reuniões gerais do coletivo para apontamento de problemas, discussões e busca por soluções e oportunidades. Nestes momentos o estudante toma nota das questões debatidas e auxilia nas intervenções necessárias. Durante a feira são realizadas diversas atividades, apresentações culturais e oficinas, as quais atualmente são financiadas pela Lei Paulo Gustavo de incentivo à cultura, tendo o estudante extensionista a função de apoiar o grupo na gestão deste recurso. Este incentivo também possibilita a circulação de moedas sociais dentro da feira, as quais são utilizadas para pagamento de grupos culturais e mediadores de atividades com as crianças e portadores de necessidades especiais, o que fortalece ainda mais a participação social, configurando a feira como um ambiente de permuta de saberes, inclusão social e valorização dos atores sociais. Temos como conclusão que a feira contribui para dinamização da economia e construção de alternativas sustentáveis para o desenvolvimento rural e urbano, sendo ainda uma rica experiência de extensão universitária e cidadã. A participação em projetos como este possibilita ao estudante o acompanhamento da realidade da agricultura familiar e da economia solidária local dando oportunidade de conhecer cada história, vivenciar a rotina de trabalho, viver os desafios e comemorar as vitórias junto ao público envolvido, também reforça o papel da universidade em parceria com a sociedade na promoção de ações de transformação social e ambiental. |