| Resumo |
Introdução: O resíduo agroindustrial de azeitona (Olea europea L.), também conhecido como mosto ou bagaço da azeitona, é um subproduto da cadeia produtiva do azeite de oliva que apresenta alto potencial de aproveitamento para formulações alimentícias devido ao seu conteúdo nutricional. No entanto, o seu alto teor de umidade compromete a estabilidade, tornando necessária a adoção de técnicas de secagem. Objetivo: Avaliar os efeitos do método de secagem em relação a composição centesimal do mosto. Metodologia: O mosto foi gentilmente fornecido por uma empresa produtora de azeite sediada no estado do Espírito Santo. Até o momento da realização das análises o mosto foi armazenado sob refrigeração (-18º C). Uma parte foi seca em estufa de circulação de ar por 40º C durante o período de 16 horas. Foi realizada a comparação entre o mosto úmido (forma bruta) e o mosto que foi seco em estufa de circulação. As análises seguiram os métodos de Kjeldahl para determinação de proteínas, de Soxhlet para determinação de lipídeos, gravimetria para determinação de cinzas e umidade. Os carboidratos foram determinados por diferença. Resultados: Na forma bruta, o mosto apresentou média de 8,81% (±0,12) de lipídeos, 0,56% (±0,04) de proteínas e 7,36% (±0,48) de cinzas. Após a secagem, observou-se a concentração significativa dos macronutrientes, sendo que os lipídeos aumentaram para 16,52%(±1,97) e proteínas para 11,42% (±0,97). Os carboidratos calculados por diferença representaram 69,42% da composição da amostra seca. A redução da umidade promoveu uma elevação proporcional dos teores nutricionais mesmo em base seca, potencialmente contribuindo para maior estabilidade para transporte, armazenamento e aproveitamento tecnológico. Conclusão: A secagem não proporcionou perda nutricional de macro nutrientes, sendo um ponto positivo para o desenvolvimento de produtos à base do mosto de azeitona, uma vez que a secagem ocasiona facilidades para transporte, armazenamento e conservação. Além disso, o aproveitamento do mosto de azeitona permite estender a cadeia produtiva, proporcionando a reinserção de um subproduto que seria descartado como resíduo agroindustrial, podendo ser utilizado na produção de novos produtos com alto valor agregado, gerando renda, além de contribuir com a diminuição de descarte inadequado. |