| Resumo |
A Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA na sigla em inglês) tem feito por vários anos experimentos relacionados à habitação espacial e, até 2024, abrigou mais de 280 pessoas na órbita terrestre. A criação de tecnologias a partir de pesquisas, prototipagem e validação de sistemas para sustentar a vida em Marte apresentou potencial de teste a bordo da Estação Espacial Internacional. A proposta de uma base de pesquisa em Marte pode ser um primeiro passo para exploração além da órbita terrestre, viabilizando, em um futuro otimista, sua colonização massiva. É necessário discutir questões referentes à habitação, segurança e conforto em ambientes extremos, pensando no futuro da espécie humana como colonizadora de outros planetas. A arquitetura tem papel crucial na criação de estratégias de ocupação interplanetária. Para abrigar vida em Marte, é essencial que equipamentos atuem como suporte de vida. Devido à dificuldade de reabastecimento e ao ambiente extremo, o invólucro da base deve atuar como um microbioma, possibilitando um ciclo fechado que recicle recursos básicos, além de garantir temperatura e pressão atmosférica com gases ideais à sobrevivência. Outros riscos são a radiação excessiva em Marte e a gestão de resíduos gerados por equipamentos e tripulação. O objetivo é fundamentar teoricamente o projeto e prototipagem de uma base espacial em Marte, focando nos parâmetros físico-ambientais de suporte à vida humana em ambientes extremos, e discutir o papel das ferramentas computacionais paramétricas baseadas em parâmetros codependentes para viabilizar projetos de assentamentos humanos nesses ambientes.Logo, este trabalho desenvolve-se a partir de metodologia experimental, exploratória, quantitativa e qualitativa, com as seguintes etapas: (1) revisão de literatura sobre habitação espacial e tecnologias aplicáveis; (2) levantamento e análise de dados atmosféricos e geográficos de Marte a partir de satélites e simulações; (3) geoprocessamento no QGIS e JMARS; (4) confecção de maquetes físicas e eletrônicas; (5) criação de arquivo climático com dados da rover Perseverance; (6) uso do simulador SIMOC para estimar recursos e sustentabilidade do habitat; (7) modelagem paramétrica com Rhinoceros 8 e Grasshopper; (8) estudo preliminar de implantação da base marciana baseado nos parâmetros levantados. Dessa forma este estudo propõe soluções habitacionais em Marte, unindo tecnologia e arquitetura para viabilizar a vida humana em ambientes extremos e interplanetários. |