| Resumo |
A imunidade inata das plantas é iniciada pelo reconhecimento de PAMPs (padrões moleculares associados a patógenos) por receptores de membrana que desencadeiam respostas contra patógenos. NIK1 (NSP-Interacting Kinase 1) é uma proteína de membrana que é ativada mediante o reconhecimento de PAMPS, representados por ácidos nucleicos virais, e ativa uma resposta imune contra vírus. Quando ativada, a via de sinalização de NIK1, modula a fosforilação da proteína ribossomal RPL10, promovendo sua translocação ao núcleo e subsequente fosforilação e ativação do fator de transcrição LIMYB (L10-Interacting Myb Domain-Containing Protein), resultando na repressão de genes ligados à maquinaria de tradução e fotossíntese. Esse módulo de sinalização NIK1-RPL10-LIMYB, constitui um mecanismo conservado e essencial de respostas adaptativas em plantas, contribuindo para limitar a multiplicação de patógenos intracelulares, regular a tradução e a fotossíntese em condições de estresses. NIK1 é também reguladora negativa da resposta imune antibacteriana por interagir com FLS2 (Flagellin-Sensing2) e BAK1 (Brassinosteroid Insensitive Associated Kinase1). Na presença de flagelina, FLS2 a reconhece e em associação com BAK1, ativa a resposta imune. Entretanto, NIK1 também é fosforilada por BAK1, ocasionando a diminuição da tradução e fotossíntese. EFR (EF-Tu Receptor) que reconhece EF-Tu bacteriano, também recruta BAK1 para sua ativação. Na presença de flg22, um peptídeo ativo derivado da flagelina bacteriana, BAK1 é o responsável pela fosforilação da treonina 474 de NIK1. Esse evento bioquímico, é um passo crítico para ativação do módulo NIK1-RPL10-LIMYB em condições de estresses. Contudo, ainda não está completamente elucidado se a ativação do receptor EFR por EF-Tu também ativa o módulo NIK1-RPL10-LIMYB, similarmente quando FLS2 reconhece flg22. Consequentemente, o presente estudo busca avaliar experimentalmente a ativação da via NIK1 em resposta ao tratamento com o peptídeo EF-Tu. Para isso, foram utilizadas plantas do tipo selvagem (Col-0), mutantes nulos por inserção de T-DNA efr e bak1-4, o duplo-mutante nik1/nik2 e NIK1-T474D-6, uma linhagem que expressa a proteína NIK1 constitutivamente ativa. A confirmação genotípica dessas linhagens foi realizada por PCR convencional e qRT-PCR. Após a validação, as plantas foram tratadas com EF-Tu e, em seguida, realizou-se a extração de RNA total. O RNA foi convertido em cDNA e por RT-qPCR foi avaliada a expressão de genes marcadores da via NIK1. Os resultados mostraram extrações eficientes de DNA e RNA, que viabilizaram a síntese de cDNA para confirmação da inativação dos genes por PCR e RT-qPCR. Espera-se que o reconhecimento de EF-Tu e ativação do complexo imune EFR-BAK1 ativem o módulo NIK1-RPL10-LIMYB, de forma semelhante à ativação de FLS2-BAK1 na presença de flg22, expandindo ainda mais a compreensão da imunidade vegetal induzida por PAMPs. |