| Resumo |
O beneficiamento da bauxita resulta em um subproduto desaguado com propriedades físicas, químicas e biológicas limitantes para a recuperação direta de áreas degradadas. Como alternativa, a tecnologia TECNO-SOLO (BR 102021007039-0 A2) propõe o uso do subproduto (torta de argila 1, resíduo rico em silte e argila dispersos) associado a insumos orgânicos e minerais, com o objetivo de melhorar as características edáficas e viabilizar a reabilitação funcional de áreas mineradas. O objetivo deste estudo foi analisar a condutividade hidráulica não saturada do Tecno-solo construído com subproduto da concentração da bauxita, previamente condicionado com adubação orgânica e plantas de cobertura. O experimento foi conduzido em delineamento em blocos ao acaso, em esquema fatorial 3 × 2, com quatro repetições. Os fatores avaliados foram: 1) adubação orgânica (sem – SA; com – CA: mix de 30% de torta de filtro, 20% de carvão vegetal e 50% de cama de aviário); e 2) plantas de cobertura (sem planta – SP; braquiária – B; feijão guandu – G). As unidades experimentais foram compostas por vasos de 2 L preenchidos com o Tecno-solo. As plantas de cobertura foram cultivadas por 275 dias e, ao final desse período, tiveram sua parte aérea dessecada e mantida sobre o solo dos vasos. Quinze dias após, os vasos foram irrigados até a capacidade de campo e, 24 horas depois, foi realizado o primeiro teste de condutividade hidráulica do Tecno-solo condicionado, utilizando-se um infiltrômetro de carga constante (Mini Disk – Model 5) (Teste 1). Em seguida, foram sobrepostos vasos contendo 2,3 kg de topsoil sobre os vasos previamente condicionados, e realizou-se a medição da condutividade hidráulica do topsoil nas mesmas condições, encerrando o Teste 1. Após 30 dias de cultivo de milho, foi realizado o segundo teste (Teste 2) de condutividade tanto do Tecno-solo quanto do topsoil, utilizando as mesmas condições do teste anterior. O infiltrômetro foi ajustado com sucção de 0,5 cm, devido à textura muito argilosa do solo, e preenchido com água deionizada. As leituras de infiltração foram realizadas a cada 30 segundos durante 5 minutos. Os dados, lançados em planilha fornecida pela METER (2021), permitiram o cálculo da inclinação da curva de infiltração acumulada em função da raiz quadrada do tempo, conforme o método proposto por Zhang (1997). Os resultados indicaram que a condutividade hidráulica da torta de argila 1 e do topsoil não foi alterada pelos tratamentos de pré-condicionamento, possivelmente devido ao curto período experimental e à natureza altamente dispersa do subproduto argilo-siltoso. O subproduto da concentração da bauxita apresentou condutividade hidráulica significativamente inferior à do topsoil. Conclui-se que a torta de argila 1 requer melhorias estruturais mais significativas para seu uso em larga escala como componente de Tecno-solos, pois sua descontinuidade hidráulica pode reduzir a infiltração de água e aumentar os riscos associados à sua aplicação em campo. |