| Resumo |
Uma das formas de suplementação de bovinos em pastejo usadas no Brasil constitui-se do sistema sal-ureia, a qual consiste na mistura de minerais e ureia com a introdução de pequena proporção de palatabilizantes (e.g., milho). O manejo animal com este tipo de mistura possui base consolidada para o período de secas. No entanto, o conhecimento sobre o uso dessa mistura durante o período de chuvas ainda é escasso. Objetivou-se avaliar os efeitos da inclusão de milho e ureia e identificar o nível ótimo desta sobre o desempenho produtivo de bovinos de corte em pastejo durante o período das águas recebendo suplemento de baixo consumo. Foram utilizadas 60 novilhas Nelore gestantes, com peso médio corporal inicial de 409±5,2 kg e idade média de 20 meses. Os animais foram alocados em 15 piquetes de ±2,8 ha, cobertos por Uruchola decumbens. O experimento teve duração de 84 dias com coletas nos dias 7, 48 e 80 do período experimental. O manejo básico de pastejo foi contínuo com carga fixa, considerando o piquete como unidade experimental. O experimento foi conduzido e avaliado segundo delineamento inteiramente casualizado com três repetições e 12 animais para cada tratamento, sendo estes: controle (CON) - suplemento formado apenas pelo núcleo mineral contendo salinomicina; suplemento adensado (SA) - CON adicionado de milho moído; suplemento adensado ureado (SAU) 3 - SA com inclusão de 3% de ureia; SAU 6 - SA adicionado de 6% de ureia; e SAU 9 - SA adicionado de 9% de ureia. Os suplementos foram fornecidos ad libitum durante todo o período experimental, sendo avaliado diariamente seu consumo e feita sua reposição. A forragem foi avaliada quanto a disponibilidade e qualidade três momentos. Os animais foram pesados no inicial e final do experimento pela manhã sem jejum para obtenção do peso corporal (PC) e ganho médio diário (GMD). A adição de milho elevou (P<0,01), em média, em 55 g/d o consumo de suplemento, não havendo nenhum efeito relacionado ao uso de ureia (P≥0,22). Foi verificado que os animais do tratamento SA obtiveram um aumento no seu GMD (P<0,05), porém não foi observado nenhum efeito adicional causado pela adição de ureia ao suplemento (P>0,17), o que pode ter sido causado devido ao nível de proteína na foragem (96 g/kg MS). O maior GMD observado no grupo SA parece estar associado ao maior consumo de salinomicina, presente no suplemento, pois este antibiótico pode modular o metabolismo de carboidratos e favorecer o desempenho animal. |