| Resumo |
Introdução: O trabalho docente no ensino superior tem sido impactado por transformações profundas, marcadas por sobrecarga, exigência por produtividade, insegurança institucional e precarização. Tais condições têm gerado repercussões significativas na saúde mental dos professores. Os riscos psicossociais referem-se a aspectos da organização, das relações e do ambiente de trabalho que, quando mal gerenciados, afetam negativamente o bem-estar físico e mental dos trabalhadores, gerando estresse, burnout e transtornos depressivos. Objetivo: Analisar os principais riscos psicossociais associados ao trabalho docente no ensino superior e seus impactos sobre a saúde mental dos professores. Metodologia: Trata-se de uma revisão narrativa da literatura. Foram consultadas as bases SciELO, BVS e PubMed, com ênfase em artigos publicados entre 2000 e 2025, em português, inglês e espanhol. A busca priorizou estudos empíricos nacionais e internacionais sobre riscos psicossociais e saúde mental de docentes, com base em modelos como Demanda-Controle e Esforço-Recompensa. Resultados: Os principais riscos psicossociais identificados foram: sobrecarga e intensificação do trabalho; falta de reconhecimento; organização institucional inadequada; violência simbólica; desigualdades estruturais; e ausência de suporte organizacional. A violência simbólica, presente nas hierarquias acadêmicas e na naturalização do sofrimento, reforça desigualdades e compromete o bem-estar psíquico, muitas vezes sem ser reconhecida como forma de violência. O sofrimento docente é frequentemente silenciado ou subnotificado, o que dificulta o enfrentamento institucional. Muitos evitam buscar ajuda especializada por medo de exposição ou estigma. Esses riscos resultam em sintomas como ansiedade, insônia e depressão, além de afastamentos laborais. Eles refletem um modelo organizacional centrado em metas, que negligencia a saúde e a qualidade das relações de trabalho. Conclusão: Os riscos psicossociais contribuem para o sofrimento mental no ensino superior. É urgente implementar políticas institucionais que reconheçam tais riscos, valorizem a docência e promovam ambientes acadêmicos mais saudáveis, inclusivos e participativos |