| Resumo |
Uma das maiores preocupações mundiais na atualidade é o aquecimento global, que está sendo cada dia mais intensificado por ações antrópicas. O Brasil, assim como outros países, assumiu o compromisso de reduzir a emissão de gases de efeito estufa (GEE), como uma maneira de reduzir os efeitos negativos desse fenômeno. Uma maneira de alcançar esse objetivo é através da remoção de carbono da atmosfera por meio de plantios de árvores para neutralização. Objetivou-se com a pesquisa avaliar o incremento corrente anual de CO2 (ICACO2) em um plantio de neutralização ao longo dos anos. A área do estudo é um plantio realizado em 2017 para neutralizar as emissões de GEE da Semana do Fazendeiro, e se localiza no Espaço Aberto de Eventos da Universidade Federal de Viçosa (UFV), no município de Viçosa/MG. O plantio foi estabelecido em uma área de 2160 m², com 540 indivíduos de 15 espécies em um espaçamento 2x2m. Foram realizados anualmente inventários florestais, coletando dados de altura (H) e diâmetro à altura do solo (DAS). O estoque de carbono foi estimado pela fórmula: Cij=(5,85996x10^-11) x (DAS^0,652085) x (H^3,83808). O ICAC no plantio foi: ano 1 - 0,114 tCO2/ha; ano 2 - 10,345 tCO2/ha; ano 3 - 65,095 tCO2/ha; ano 4 - 119,845 tCO2/ha; ano 5 - 107,016 tCO2/ha/ha; ano 6 - 196,586 tCO2/ha; ano 7 - 107,237 tCO2/ha. Nos primeiros anos, foi possível observar que houve um rápido aumento de ICACO2, o que é uma característica típica de plantios recentes. Esse padrão ocorre, pois, na fase inicial, as árvores direcionam rapidamente sua energia para o aumento de biomassa, especialmente na parte aérea. É possível observar também que no sétimo ano esse valor cai e isto indica que o plantio continua crescendo, mas a taxas decrescentes, e que se aproxima de uma fase de estabilização de crescimento. Isso é esperado pois, ao atingirem maior estrutura há um aumento da competição por luz, nutrientes e água, o crescimento desacelera e a biomassa começa a se estabilizar; sendo algo comum em florestas jovens que estão em transição para maturidade. Isso não significa que houve estagnação do sistema, mas sim uma transição para uma fase mais estável, onde ainda acontece o aumento do estoque de carbono, porém em ritmo menor. Este conhecimento é importante para que se tenha valores mais precisos da contabilização do estoque de carbono em projetos de neutralização de carbono. |