| Resumo |
O plástico convencional, amplamente utilizado na sociedade contemporânea, é produzido a partir do petróleo — recurso não renovável e altamente poluente. Os processos de extração, refino e queima do petróleo liberam grandes quantidades de gases de efeito estufa, contribuindo significativamente para as mudanças climáticas. Apesar de oferecer baixo custo, elevada versatilidade e grande durabilidade, essas características também favorecem o acúmulo de resíduos no ambiente. Com o tempo, o plástico se fragmenta em microplásticos, partículas minúsculas que se espalham em diversos ecossistemas, provocando poluição generalizada, bioacumulação em organismos e contaminação da água, afetando diretamente a saúde humana e o equilíbrio ambiental. Esse panorama contraria os princípios estabelecidos pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas, em especial os ODS 3 (Saúde e Bem-Estar), 6 (Água Potável e Saneamento), 12 (Consumo e Produção Responsáveis), 14 (Vida na Água) e 15 (Vida Terrestre). Nesse contexto, esta pesquisa tem como objetivo principal promover a conscientização sobre os impactos socioambientais do plástico petroquímico e investigar a viabilidade do uso de bioplásticos como alternativa sustentável. A proposta incluiu o desenvolvimento de um bioplástico a partir de cascas de banana, promovendo o reaproveitamento de resíduos orgânicos frequentemente descartados. Com isso, buscou-se estimular a reflexão sobre o consumo e o descarte de materiais no cotidiano. A metodologia adotada baseou-se em Moraes et al (2020), e foi dividida em duas etapas. Inicialmente, realizou-se uma pesquisa bibliográfica sobre as propriedades físico-químicas, disponibilidade e viabilidade econômica dos insumos utilizados na formulação do biopolímero: amido de milho, glicerol e fibra da casca de banana. Posteriormente, foram conduzidas práticas laboratoriais com base na técnica de casting, que envolve a solubilização do amido, a formação de um gel homogêneo e sua moldagem em um filme polimérico. O bioplástico obtido apresenta vantagens como maior biodegradabilidade e menor toxicidade, uma vez que seus constituintes orgânicos são degradados por micro-organismos, reduzindo o tempo de permanência no ambiente. No entanto, também foram identificadas limitações importantes, como a baixa resistência mecânica em determinadas condições e dificuldades logísticas relacionadas à obtenção da matéria-prima, dado o pouco incentivo ao descarte seletivo no contexto social atual. Conclui-se que os bioplásticos representam uma alternativa viável e promissora para a redução do uso de plásticos petroquímicos e seus impactos associados. Ainda que não se configurem como solução integral, contribuem significativamente para a construção de práticas sustentáveis e para o cumprimento de diversos ODS. O polímero produzido mostrou-se adequado para aplicações específicas, reafirmando a importância da inovação científica aliada ao compromisso ambiental. |