Das Montanhas de Minas ao Oceano: Os Caminhos da Ciência para um Futuro Sustentável

20 a 25 de outubro de 2025

Trabalho 21968

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Exatas e Tecnológicas
Área temática Dimensões Ambientais: ODS12
Setor Departamento de Química
Bolsa Não se Aplica
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro CAPES, CNPq, FAPEMIG, FUNARBE
Primeiro autor Maria Clara Madureira Miola
Orientador RITA DE CASSIA SUPERBI DE SOUSA
Outros membros Fernanda Pereira da Silva Araújo, Rayra Millene Ribeiro Lima, Talitha David Silva, Yara Carvalho Gomes
Título Adsorção do corante têxtil azul reativo BF-5G em biocarvão obtido a partir da carbonização hidrotérmica da casca do maracujá
Resumo O principal subproduto da utilização do maracujá-amarelo (*Passiflora edulis f. flavicarpa*) na indústria alimentícia é a casca, e o seu descarte inadequado pode ser considerado um problema ambiental, dado o elevado volume desse resíduo. Paralelamente, o corante azul reativo BF-5G, amplamente utilizado na indústria têxtil, é altamente poluente e apresenta difícil remoção do efluente devido à sua elevada estabilidade química. Sob essas perspectivas, o presente trabalho propôs transformar a casca de maracujá em biocarvão, com o objetivo de avaliar o seu potencial para a adsorção do corante.
A carbonização hidrotérmica foi realizada utilizando a casca do maracujá seca e com granulometria padronizada (24 mesh). Sendo assim, 10 g da biomassa foram adicionadas a uma autoclave de aço inoxidável, com revestimento interno de teflon, juntamente com 100 mL da solução escolhida para ativação (H₃PO₄ 0,1 mol/L). O material foi levado à estufa e carbonizado em diferentes condições (temperatura e tempo de residência), determinadas a partir do Planejamento Doehlert – Modelo Quadrático. Para a variável temperatura foram adotados os níveis 100, 125, 150, 175 e 200 °C, e para o tempo utilizou-se 8, 12 e 16 h. Ao final do processo, a amostra foi lavada com água destilada até a obtenção de um pH neutro e seca em estufa. Ao todo, foram obtidos 9 biocarvões.

A eficiência de adsorção foi utilizada como variável resposta. Sendo assim, as amostras foram submetidas a um ensaio de adsorção para verificação da remoção do corante têxtil BF-5G. Dessa forma, 20 mg de biocarvão foram adicionados a um erlenmeyer contendo 20 mL de solução do corante com concentração igual a 10 mg/L, em pH 2,0. As amostras foram agitadas a 180 rpm durante 24 h. Posteriormente, uma alíquota da solução foi retirada e filtrada em uma membrana de acetato de celulose com tamanho de poro igual a 0,45 μm. A concentração da solução foi determinada a 610 nm em espectrofotômetro (Shimadzu, modelo UVmini-1240).

Os biocarvões produzidos possibilitaram a remoção de 61,4 a 99,61% do corante BF-5G da solução aquosa. Os resultados foram analisados utilizando o software Statistica, versão 7.0, por meio da análise de variância (ANOVA) a um nível de significância de 95%. Foi verificado o ajuste do modelo, com R² igual a 0,90422. As variáveis temperatura (linear) e tempo (quadrático) exerceram efeito significativo (p<0,05) positivo sobre a resposta. O aumento da temperatura de carbonização produziu biocarvões com maior capacidade de remoção do corante, provavelmente devido ao desenvolvimento de uma maior área superficial. Nas amostras obtidas com o uso de temperaturas mais brandas, um maior tempo de carbonização foi favorável à adsorção do corante.
Palavras-chave Adsorção, Biocarvão, Casca de maracujá
Forma de apresentação..... Painel
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