| Resumo |
Com a crescente preocupação em mitigar os efeitos do aquecimento global, as áreas de plantios florestais com finalidade de estocar o carbono têm sido cada vez mais implementadas, no entanto, há uma grande carência de estudos acerca do monitoramento dessas áreas. Objetivou-se com o trabalho avaliar o incremento de carbono e a sobrevivência de espécies em plantios de restauração. A área de estudo foi o “Bosque do Carbono Zero” localizado no espaço aberto de eventos da UFV, nele foram implementados os plantios de neutralização de gases de efeito estufa da Semana do Fazendeiro de 2010 até 2022, totalizando 78 espécies distintas e 3280 indivíduos. Os dados foram obtidos através de um inventário florestal do tipo censo, executado em 2024. São 13 plantios de diferentes idades (2-15 anos) e foram mensurados dados de altura e circunferência a altura do solo. Estimou-se biomassa por indivíduo de cada plantio através da equação de Chave et al (2014), multiplicada por 0,47, fator de conversão para carbono, e posteriormente foi transformado em CO2.A média de carbono encontrada foi de 9,360 Kg.CO2.indivíduo.ano-1, e uma variação de de 0,296 a 24,997 Kg.CO2.indivíduo.ano-1. O valor médio encontrado está acima do valor preconizado pelo programa que é de 6 Kg.CO2.indivíduo.ano-1. A variação nos estoques encontrados é em função das idades variadas dos plantios, bem como a composição das espécies de cada um. A sobrevivência média observada foi de 68,39%, variando de 37,20 a 96,80%. Isso ocorre também em função das idades dos plantios. A sobrevivência é maior em idades mais jovens e, à medida que os plantios vão ficando com mais idade, a sobrevivência diminui. Isto acontece em função da falta de domínio tecnológico da silvicultura de espécies nativas, produção de mudas por sementes com grande variabilidade genética e as ameaças sofridas, como ataque de formigas, cupins e incêndios. Tais resultados refletem a importância de ferramentas de monitoramento para compreensão da dinâmica de estocagem de carbono por diversas espécies arbóreas. Por fim, conclui-se que os plantios do bosque carbono zero estão atingindo o objetivo de neutralizar as emissões de carbono da Semana do fazendeiro da Universidade Federal de Viçosa. |