| Resumo |
As mudanças climáticas têm se tornado uma pauta cada vez mais presente nos debates da esfera pública. Dentre seus tópicos mais comentados, destaca-se os desafios dos ecossistemas para se manterem equilibrados. Acerca disto, as espécies arbóreas clímax, que representam o estágio mais avançado da sucessão ecológica, tendem a ser as mais vulneráveis nesse cenário. Assim, garantir sua permanência é essencial para as florestas avançarem em termos sucessionais. Diante desse contexto, objetivou-se com o trabalho mensurar a taxa de sobrevivência de espécies florestais clímax plantadas na mesma cova com a espécie Musa spp em um sistema agroflorestal. O local de estudo está situado no Espaço Aberto de Eventos da Universidade Federal de Viçosa (UFV) no município de Viçosa, Minas Gerais, Brasil (20º 45’ 37,62” S e 42º 52’ 29,59” O). O plantio foi realizado em dezembro de 2022 com o propósito de neutralizar as emissões de gases de efeito estufa (GEE) associadas à realização do evento “Semana do Fazendeiro”, promovido anualmente pela UFV. Foram plantadas ao todo 165 mudas, sendo 33 mudas de cada uma das 5 espécies: Pachira glabra Pasq., Copaifera langsdorffii Desf., Genipa americana L., Euterpe edulis Mart., Lecythis pisonis Cambess. O experimento foi delineado em linhas com Musa spp. plantadas na mesma cova das espécies clímax e linhas sem Musa spp. Em 2024 realizou-se o inventário do tipo censo para mensurar a taxa de sobrevivência das espécies. Posteriormente, realizou-se o teste de Tukey para comparar os tratamentos. A espécie E. edulis teve 100% de mortalidade. As espécies G. americana e L. pisonis foram as que, de alguma forma, se beneficiaram do consórcio, com um aumento de cerca de 15% e 20% na sua sobrevivência, respectivamente. Por outro lado, as espécies C. langsdorffii e B. glabra obtiverem uma redução na sobrevivência em consórcio de cerca de 4% e 73%, respectivamente. Após a realização do teste de Tukey foi confirmado que os resultados observados não foram significativos. Esperava-se que as espécies plantadas em consórcio tivessem um aumento na sua taxa de sobrevivência devido às possíveis melhorias nas condições do ambiente, devido à presença de uma espécie agrícola de crescimento rápido, mas isto não foi verificado. Entende-se que pela diferença morfofisiológica das espécies, devem haver mais estudos para compreender as possíveis influências na sobrevivência e, até mesmo no crescimento inicial das espécies clímax. |