| Resumo |
Ácaros iolinídeos são pequenos predadores que ocorrem naturalmente em plantas de tomate. Estes possuem hábito alimentar onívoro e são capazes de se alimentar de outros artrópodes, pólen, fungos e tecido vegetal. Estudos recentes demonstraram que Quasihomeopronematus nordestinus (Acari: Iolinidae), uma espécie recém-descrita em plantas de tomate, é capaz de controlar simultaneamente um ácaro praga, Aculops lycopersici (Acari: Eriophyidae), conhecido como ácaro do bronzeamento do tomate, e uma doença fúngica, o oídio, causada pelo fungo Oidium sp. Essa espécie também parece depender de tecido vegetal para seu pleno desenvolvimento, sendo a presença de tricomas um provável fator adicional, fornecendo local para oviposição e proteção contra outros predadores. Assim, esse estudo teve como objetivo avaliar o estabelecimento do ácaro predador Q. nordestinus em plantas de tomate com o número de tricomas reduzido, em comparação a plantas selvagens. A cultivar utilizada foi a Micro-Tom, com cinco plantas do tipo selvagem e cinco geneticamente modificadas quanto à presença e morfologia dos tricomas. Em cada planta, que possuía em média 5 folhas verdadeiras, foram liberados 30 indivíduos de Q. nordestinus por folha. Pólen de Typha sp. foi fornecido três vezes por semana como recurso alimentar para os ácaros predadores. As amostragens foram iniciadas 14 dias após a liberação e conduzidas semanalmente por duas semanas, com a coleta de dois folíolos por planta. Os resultados indicaram diferença significativa no número médio de iolinídeos entre plantas selvagens e aquelas com número reduzido de tricomas (LME, L.R. = 4,43, G.L. = 1, p < 0,05). Esses achados sugerem que os tricomas de tomate influenciam a população de Q. nordestinus. Nesse contexto, são necessários estudos adicionais para avaliar o possível impacto dessas modificações morfológicas nos parâmetros biológicos desse ácaro predador, assim como investigar sua interação com outros ácaros predadores e seu papel no controle biológico de pragas nessas plantas. |