Das Montanhas de Minas ao Oceano: Os Caminhos da Ciência para um Futuro Sustentável

20 a 25 de outubro de 2025

Trabalho 21806

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Extensão
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Dimensões Sociais: ODS5
Setor Departamento de Serviço Social
Bolsa PIBEX
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro Outros, UFV
Primeiro autor Clara Castro Reis
Orientador CRISTIANE MAGALHAES DE MELO
Outros membros Ludymilla Leandra Cupertino Silva, Maria de Oliveira Ribeiro Penna, Maria Eduarda Drumond Cassimiro, Vitória Estevam Lourenço
Título Notificação compulsória da violência contra as mulheres: importância e desafios na rede de proteção
Resumo A Casa das Mulheres (CM) é um programa de extensão da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em parceria com a Defensoria Pública. Criado em 2010, a partir da articulação entre o Núcleo Interdisciplinar de Estudos de Gênero (NIEG/UFV) e o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM), busca fortalecer a rede de atendimento e enfrentamento à violência contra a mulher (VCM) em Viçosa-MG. Integrado ao tripé ensino, pesquisa e extensão, acolhe e orienta mulheres em situação de violência quanto a seus direitos jurídicos e socioassistenciais; produz dados sobre a violência doméstica local e promove formação continuada para profissionais da saúde, assistência social e estudantes. A VCM é um fenômeno alarmante e uma grave questão de saúde pública, devido à sua elevada incidência e invisibilidade social (Ministério da Saúde, 2004). Expressa uma estrutura patriarcal e machista historicamente opressora (Saffioti, 2015), comumente presente no ambiente doméstico e familiar, onde mulheres são submetidas a violações persistentes de direitos. Nesse contexto, a notificação de casos é não apenas fundamental, mas obrigatória. A Lei nº 10.778/2003 determina que todos os casos de VCM atendidos em serviços de saúde, públicos ou privados, devem ser notificados. A medida garante visibilidade ao problema e subsidia políticas públicas de enfrentamento. Contudo, em Viçosa, essa diretriz não se reflete plenamente na prática. Dados do Observatório da Violência Contra a Mulher (OVCM), um dos projetos vinculados à Casa das Mulheres, revelam que, em 2023, apenas seis serviços de saúde notificaram casos de VCM, totalizando 59 registros. O Hospital São Sebastião foi responsável por 74% dessas notificações, enquanto os demais não ultrapassaram 3% cada, com exceção do Hospital São João Batista, que respondeu por 10%. A discrepância entre os dados da rede e os 293 registros feitos pelo OVCM evidencia alta subnotificação. A baixa adesão à notificação se deve a diversos fatores. Segundo Passos (Fiocruz, 2022), os principais entraves são o excesso de documentação, sobrecarga de trabalho e falta de organização. Embora padronizada, a notificação segue subutilizada. Muitos profissionais a confundem com denúncia, gerando resistência, especialmente diante da proximidade entre vítima e agressor (Kind et al., 2013). Soma-se a isso o preenchimento incompleto das fichas, sobretudo nos campos de raça/cor, escolaridade e ocupação (Fiocruz, 2022), o que compromete a análise da magnitude do fenômeno. A subnotificação deve ser entendida como reflexo das fragilidades estruturais de um sistema que ainda não prioriza o enfrentamento da violência de gênero. Apesar dos esforços contínuos de sensibilização e formação de profissionais empenhados pela Casa das Mulheres, a notificação da VCM ainda não é prática consolidada. A fragilidade dos dados dificulta o mapeamento da VCM, contribuindo para manter o fenômeno na invisibilidade e para perpetuar o ciclo da violência e a omissão institucional.
Palavras-chave Sistema de Informação em Saúde, Violência contra mulher, Casa das Mulheres.
Forma de apresentação..... Painel
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