| Resumo |
A produção de soja no Brasil aumentou em 14,7% na última safra, conciliando com aumento de 3,2% na área cultivada. Essa diferença ressalta o ganho de produtividade que em grande parte é devido ao melhoramento genético, o que evidencia a necessidade da seleção contínua de novas linhagens elites. Assim, o objetivo deste trabalho foi selecionar linhagens de soja elites do Programa Soja da UFV pelo índice de seleção MGIDI. O estudo foi conduzido na safra 24/25 em Capinópolis-MG, na região do triângulo mineiro. Foram realizados dois ensaios distintos, VCU 65 e VCU 75, ambos em delineamento em blocos casualizados (DBC) com 3 repetições, e semeados em duas épocas. O ensaio VCU 65 foi composto por 35 linhagens e 5 cultivares comerciais caracterizados por apresentar grupo de maturidade relativa (GMR) médio de 6.5. Já o VCU 75 foi composto por 30 linhagens e 5 cultivares comerciais (testemunhas) apresentando GMR médio de 7.5. As parcelas experimentais foram constituídas de 4 linhas de 4,5 metros. Os tratos culturais foram realizados conforme as recomendações de Silva et al. (2022). Foram avaliadas as variáveis: produção total da parcela (PT) e peso de 100 grãos (P100), ambos corrigidos pela umidade a 13%; acamamento (ACAM), que avalia a proporção de plantas que tombaram ou se dobraram de forma permanente no campo; altura de maturação (ALT), que considera a medida da altura das plantas no ponto de maturação fisiológica; dias para a maturação (DAM), sendo a contagem do número de dias desde a semeadura até a maturação fisiológica. Os valores genéticos foram preditos utilizando o modelo misto considerando os efeitos de genótipos como aleatórios, épocas como fixas, interação GxA como aleatório e blocos como fixos. Os 8 melhores genótipos de cada ensaio foram selecionados a partir do índice MGIDI (Multitrait genotype-ideotype distance index) utilizando o pacote metan no software R. O ideótipo utilizado foi aquele com maiores valores de PT, P100 e ACAM, valores próximos a 85 para ALT e menores para DAM. A partir do índice, os 8 melhores genótipos para o VCU 65 foram: 69i68, 5217, 5206, 5384, 5229, 5279, 3518 e 11116. A seleção destes possibilitou um ganho em PT de 1,09%, em P100 de 3,11%, para ACAM de -0,75%, para ALT de 4,5% e de DAM de 0, 92%. Já em relação ao VCU 75, a partir do índice, as 8 melhores linhagens foram: 5312, 5561, 5316, 5359, 2052, 5386, 2021 e 5373. A seleção dos mesmos possibilitou um ganho em PT de 0,97%, em P100 de 2,66%, para ACAM de 4,67%, para ALT de 1,85% e de DAM de 1,51%. Conclui-se que o índice de seleção MGIDI foi eficaz para seleção de linhagens quanto ao PT, P100 e ALT em ambos ensaios, além de ACAM no ensaio VCU 75, não sendo possível a redução de DAM. |