| Resumo |
O estudo da anatomia vegetal é baseado em lâminas histológicas, cuja confecção é demorada e consiste no processamento destrutivo das amostras. Essa limitação impulsionou a busca de alternativas não destrutivas como o Raio-X. O estudo teve como objetivo a análise comparativa de imagens obtidas com fotomicroscopia de luz (ML) e Raio-X (R-X) na caracterização da casca de diferentes acessos de eucalipto (Eucalyptus sp.). A histometria com base nas imagens de R-X está em andamento. Clones de eucalipto foram cultivados em espaço comercial e conduzidos de acordo com o manejo conduzido pela Suzano S.A. As plantas foram cortadas com cinco anos após o plantio, quando discos de 4 cm, a 50% da altura total da planta, foram coletados. As amostras foram armazenadas em álcool 70% e submetidas à desidratação em série etílica e inclusão em metacrilato. Os cortes foram realizados em micrótomo rotativo Spencer e corados com azul de toluidina. As imagens foram capturadas com fotomicroscópio AX70 TRF. Amostras não emblocadas foram armazenadas e radiografadas no aparelho de raio-X LX70. As imagens de ML permitiram a distinção e caracterização dos tecidos da casca com maior clareza. Foi observado um ritidoma, formado por camadas subsequentes de periderme, seguido por uma região de floema secundário desorganizado, com elementos de tubo crivado (ETC) colapsados e a ausência de cristais de oxalato de cálcio (CaOx). Em sequência, observou-se uma camada de floema secundário colapsado com abundância de CaOx em células axiais. Próximo ao câmbio, observou-se o floema organizado, composto por ETC circulares e solitários, células companheiras e feixes de fibras, que acompanham todas as camadas floemáticas. As imagens de R-X permitiram a visualização parcial das regiões do floema e periderme na casca de eucalipto. Foi possível identificar diferentes intensidades de brilho referentes ao modo como as diferentes composições celulares absorvem a radiação. A maior densidade de brilho foi atribuída a CaOx, seguida por regiões de células com paredes lignificadas. As regiões com pouco ou nenhum brilho, foram associadas a células colapsadas, com menor atividade celular ou mortas. Aparentemente, é possível a identificação das regiões da periderme, do floema ativo e inativo na translocação de seiva. A histometria das mesmas regiões com base nas imagens de ML e R-X serão realizadas como um dos critérios para validação das medidas e identificação das regiões e tecidos encontrados na casca de eucalipto. A técnica se destaca também devido à eficiência de tempo, onde o tempo médio de R-X por amostra foi de 15 s, enquanto o material para ML foi processado por tempo superior a oito meses. Ressalta-se que orientação e seccionamento adequados das amostras de acordo com os planos de corte é condição essencial para garantir a precisão e clareza dos resultados com base nas imagens de R-X. |