Das Montanhas de Minas ao Oceano: Os Caminhos da Ciência para um Futuro Sustentável

20 a 25 de outubro de 2025

Trabalho 21758

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Dimensões Ambientais: ODS14
Setor Departamento de Biologia Geral
Bolsa FAPEMIG
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro FAPEMIG
Primeiro autor Vanessa Laiane da Silva
Orientador CARLOS FRANKL SPERBER
Outros membros Ana Clara Rossi Pereira, Frederico Fernandes Ferreira, Leticia Lourenco Ferreira, Rainieli Aparecida do Nascimento
Título Etnoictiologia do Surubim-do-Doce (Steindachneridion doceanum): saberes e percepções de pescadores do rio Doce
Resumo A etnoictiologia é uma área de estudos focada no conhecimento dos pescadores sobre os peixes, englobando tanto reconhecimento morfológico, quanto comportamentais. O conhecimento ecológico tradicional é acumulado, transmitido e constantemente adaptado pelas comunidades locais ao longo de gerações. Trata-se de um saber empírico baseado nas vivências e observações ao longo de toda a vida dos pescadores e ribeirinhos. Esse conhecimento é relevante em contextos de conservação, principalmente de espécies ameaçadas, pois oferecem muitas informações desconhecidas da literatura científica. Incorporar esses conhecimentos em projetos científicos promove a interação, a troca de saberes entre o popular e científico, e o respeito à diversidade de saberes. O Surubim-do-Doce (Steindachneridion doceanum) é uma espécie de peixe da família Pimelodidae, endêmica da Bacia do Rio Doce considerada criticamente ameaçada de extinção (CR) segundo a Lista Vermelha da IUCN e o ICMBio. A espécie apresenta distribuição restrita à três cidades de Minas Gerais, em Ponte Nova no rio Piranga, em Aimorés no rio Manhuaçu e em Ferros no rio Santo Antônio. A escassez de registros científicos, aliada à dificuldade de monitoramento em campo, torna a escuta ativa das comunidades locais uma estratégia essencial para coleta de dados. Nesse contexto, envolver os pescadores como colaboradores ativos no processo científico tem contribuído para suprir lacunas de informações sobre o Surubim-do-Doce e favorecer estratégias de monitoramento mais eficazes. Além de fortalecer a participação ativa da comunidade. Para esta avaliação, desenvolvemos um questionário semiestruturado com abordagem na percepção ambiental dos pescadores e no conhecimento acumulado sobre a ecologia, comportamentos e habitat da espécie. Foram entrevistados 22 pescadores, das localidades onde a espécie é encontrada, abrangendo tanto pescadores moradores de áreas urbanas quanto rurais. Os pescadores detêm conhecimento acumulado sobre a espécie, muitos desses saberes são coincidentes com registros na literatura científica, reforçando sua validade. Alguns apresentam informações que podem ser inéditas ou pouco documentadas academicamente, oferecendo dados complementares. A pesquisa evidencia que a inclusão e valorização dos pescadores como aliados no processo de conservação não apenas amplia a base de conhecimento sobre a espécie, como também fortalece o envolvimento comunitário. Além disso, os pescadores expressam uma relação de respeito e valorização pela biodiversidade local, confirmando a importância do Surubim-do-Doce não apenas para a economia, visto que muitos já utilizaram a pesca como fonte de renda, mas também pela relação afetiva e de subsistência com o rio.
Palavras-chave Conservação, Etnoictiologia, Surubim-do-Doce.
Forma de apresentação..... Painel
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