| Resumo |
Destaca-se a relevância do envelhecimento populacional como fenômeno demográfico consolidado, ressaltando a importância da saúde nesse contexto, juntamente com as mudanças sociais. Este estudo analisa o perfil sociodemográfico e a "dieta de mídia" de idosos institucionalizados em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) no Brasil, com foco nas desigualdades comunicacionais na perspectiva da saúde e do envelhecimento ativo. Para Cardoso (2007), a dieta midiática refere-se às formas de uso cotidiano dos meios de comunicação, considerando as ofertas disponíveis e a condição de escolha do indivíduo. Utilizou-se abordagem mista, com questionários semiestruturados (dados quantitativos analisados via SPSS) e entrevistas em profundidade. Participaram 21 idosos de uma ILPI em uma cidade de médio porte de Minas Gerais. Os resultados revelaram predominância da faixa etária de 75 a 89 anos, com idades entre 60 e 94 anos. Quanto ao sexo, observou-se predominância feminina (n=16 mulheres e n=5 homens), reforçando a feminização do envelhecimento institucionalizado. Sobre o estado civil, destacaram-se viúvos (n=8) e solteiros (n=8), seguidos por casados (n=4) e divorciado/separado (n=1), indicando possível fragilidade das redes de apoio. Em relação à religião, a maioria se declarou católica (n=11), seguida por evangélicos (n=8) e espíritas (n=2). Quanto à escolaridade, predominou o ensino fundamental incompleto (n=13), seguido por analfabetos (n=4) e ensino médio completo (n=4), revelando baixa escolarização. Em relação à raça/cor, 12 idosos se autodeclararam brancos (n=12), seguidos por negros (n=5) e pardos (n=4). O tempo de institucionalização variou de 3 meses a 18 anos. Quanto à dieta de mídia a análise revelou aspectos importantes sobre o acesso e o uso dos meios de comunicação pelos idosos. No que diz respeito aos meios pessoais, 5 idosos não possuíam nenhum dispositivo, 14 possuíam rádio, 12 televisão e 11 telefone celular. Quanto aos meios disponibilizados pela instituição, a televisão mostrou-se amplamente acessível (n=21), seguida pelo telefone fixo (n=13) e pelo rádio (n=6), destacando a televisão como o principal meio coletivo de comunicação e entretenimento no ambiente institucional. No que se refere aos meios utilizados para obtenção de informações sobre saúde, a televisão foi a fonte predominante (n=20), enquanto o telefone celular foi mencionado por 5 idosos e o rádio por apenas 2. Esses dados reforçam o papel central da televisão como principal mediador de informações em saúde entre os idosos institucionalizados. Conclui-se que as desigualdades socioeconômicas e de acesso a tecnologias impactam diretamente a participação em saúde, reforçando a necessidade de políticas inclusivas para promover envelhecimento ativo. |