| Resumo |
A subfamília II dos receptores do tipo quinase ricos em repetições de leucina (LRRII-RLK) desempenha uma função importante na regulação de diversas vias de sinalização, podendo atuar como correceptores nas respostas antivirais de plantas. Além disso, formam hubs de interações proteína-proteína de alta centralidade e, portanto, constituem um dos grupos de receptores quinases mais influentes na transmissão de informações nas células vegetais. Como membro da subfamília II (LRRII-RLK), as proteínas NIKs (NSP-Interacting Kinases) são capazes de interagir com a proteína de NSP “NUCLEAR SHUTTLE PROTEIN”. A ativação da via de NIK1 é iniciada por transfosforilação no resíduo treonina-474 após estímulo biótico e abiótico, o que induz a fosforilação da proteína ribossomal RPL10, que se direciona ao núcleo e interage com o fator de transcrição LIMYB para mediar a supressão da tradução dos genes de proteínas ribossomais e do aparato fotossintético. NIK1 atua como hub de imunidade ativada por begomovírus. NIK2, por sua vez, está mais relacionado filogeneticamente a NIK1, mas pouco se sabe sobre seu papel na imunidade contra vírus. Dessa forma, o objetivo deste trabalho visa caracterizar a função do receptor NIK2 na via imunológica antiviral. Portanto, foi realizada uma análise filogenética da subfamília LRRII-LRK, utilizando sequências de proteínas de 100 espécies de plantas mono e dicotiledôneas. Foram subdivididos em cinco clados e todos apresentaram alto grau de estabilidade. Como esperado, NIK1 e NIK2 agruparam-se juntos no clado das NIKs, apresentando alta conservação de sequência. Foram utilizados oligonucleotídeos específicos para o T-DNA e sequências flanqueadoras dos genes NIK1 e NIK2 para confirmação das linhagens nocautes. De forma complementar, ensaio de infecção viral foi realizado utilizando nocautes simples nik1-1 e nik2-1 e o mutante duplo nik1-1/nik2-1 a fim de verificar se a inativação de NIK2 ocasionaria aumento da suscetibilidade à infecção viral. A inativação dos genes NIK1 e NIK2 causou um aumento de carga viral durante a infecção por begomovírus cabbage leaf curl virus (CabLCV), apresentando sintomas mais severos e maior carga viral no duplo mutante quando comparados com a linhagem controle (Col-0). |