| Resumo |
A artrite encefalite caprina (CAE) é uma enfermidade infecciosa viral crônica de grande importância sanitária e econômica na caprinocultura (GONÇALVES, 2024). Além de causar a morte de animais jovens, acarreta perda da produtividade leiteira do rebanho, redução do peso corporal e restrição da capacidade de locomoção dos animais acometidos (MODOLO et al., 2003). A principal via de transmissão é vertical, por meio do colostro e leite infectados, embora a disseminação horizontal também ocorra por contato direto entre animais e por instrumentos contaminados (BLACKLAWS, 2012). Outra forma relatada, sendo de menor frequência nos rebanhos, é a via transplacentária (RODRIGUES et al., 2018). Dada a importância da doença nos sistemas de produção de caprinos, objetiva-se, com este estudo, avaliar a incidência de infecção transplacentária e a eficiência do tratamento térmico do colostro na eliminação do vírus da CAE, durante as fases de cria e recria. Para tal, inicialmente, será feita a testagem da soropositividade de 25 cabras gestantes. Para a realização das análises laboratoriais, serão colhidas amostras de sangue de cada animal a ser avaliado. Para evitar a ingestão prévia do colostro ainda não tratado, pelos recém-nascidos, e a consequente transmissão vertical do vírus, uma semana antes da data prevista para o parto, serão colocadas, nos tetos das cabras, tiras de esparadrapo. Ainda nas cabras, será realizada colheita de amostra do colostro, que será obtida durante o processo rotineiro de ordenha dos animais. O colostro passará por tratamento térmico, que consiste em aquecê-lo a 56 ⁰C, por 60 minutos, para inativação do vírus da CAE. Nas crias das cabras testadas, serão colhidas amostras de sangue em quatro momentos distintos: a primeira dar-se-á após o nascimento e antes da ingestão do colostro; a segunda acontecerá aos 20 dias de idade; a terceira aos 60 dias, período em que ocorre o desmame; e a quarta ocorrerá quando os animais forem transferidos das baias de recria para a instalação onde ficam alojados os animais adultos. O teste a ser utilizado para identificação molecular do vírus da CAE será o teste de LAMP (HUANG, 2012). Os resultados esperados serão baseados nas evidências de transmissão vertical e na determinação da frequência ou taxa de incidência da CAE, em cada uma das fases do desenvolvimento caprino. Os dados obtidos serão submetidos à análise estatística de frequência, utilizando-se o teste de qui-quadrado ou exato de Fisher, ao nível de 1% de significância, de acordo com DOHOO et al. (2003). Serão calculados o Risco Relativo (RR) e o Odds Ratio (OR), assim como seus intervalos de confiança, utilizando-se o software Stata 12.0 (StataCorp. LP, Texas, USA). Com base nos resultados, poderemos melhorar o manejo da saúde e controlar a transmissão da CAE. |