Das Montanhas de Minas ao Oceano: Os Caminhos da Ciência para um Futuro Sustentável

20 a 25 de outubro de 2025

Trabalho 21705

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Dimensões Sociais: ODS5
Setor Departamento de Artes e Humanidades
Bolsa Outros
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro Outros
Primeiro autor Maria de Oliveira Ribeiro Penna
Orientador CRISTIANE MAGALHAES DE MELO
Outros membros CRISTIANE MAGALHAES DE MELO, Ludymilla Leandra Cupertino Silva, Maria Eduarda Drumond Cassimiro, Vitória Estevam Lourenço
Título Violência contra as mulheres: um olhar sobre o período pós impeachment de Dilma Rousseff
Resumo O Programa Casa das Mulheres fruto de uma parceria entre o Núcleo Interdisciplinar de Estudos de Gênero (NIEG/UFV) e a Defensoria Pública de Minas Gerais, surgiu em 2010 a partir de uma demanda apresentada pelo Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Viçosa/MG, visando articular a rede de enfrentamento à violência contra as mulheres (VCM) em Viçosa e região. O Programa integra projetos de extensão que fomentam o ensino e pesquisa, oferecendo atendimento jurídico, formação de estudantes, produção de conteúdos sobre VCM, entre outras atividades. Dentre as ações do eixo Observatório da Violência Contra as Mulheres (OVCM) está a capacitação de profissionais e produção de informações para ampliar a visibilidade e compreensão da VCM no município. Considerando que fatores políticos dos últimos três governos influenciaram a percepção social sobre as questões de gênero, este estudo busca refletir sobre as críticas direcionadas à presidenta Dilma Rousseff e sobre a violência contra mulheres registrado entre 2017 e 2019. Utilizou-se dados nacionais do DataSenado (Observatório da Mulher contra a Violência) sobre violência doméstica e familiar e dados locais da Casa das Mulheres dos anos de 2017 e 2019, ambos disponibilizados pelos seus sites. Durante o governo Dilma, havia expectativas por parte dos movimentos feministas quanto à ampliação dos direitos das mulheres. Contudo, com o avanço da bancada evangélica no Congresso, projetos sobre gênero foram barrados. Após o impeachment, Michel Temer assumiu e promoveu o desmonte de Ministérios importantes para a causa, a Secretaria de Políticas para Mulheres perdeu autonomia. Em Viçosa, 2017 registrou o segundo maior número de casos de VCM (n=309), sendo 47% dos registros caracterizados como violência psicológica. Nacionalmente, os casos aumentaram de 18% (2015) para 29% (2017), sendo 67% de violência física. A partir de 2017, a Casa das Mulheres sofreu com a interrupção do PROEXT, programa nacional que fomentava ações de extensão, o que prejudicou significativamente as ações de enfrentamento às violências de gênero que vinham sendo desenvolvidas em Viçosa, assim como o monitoramento dos casos, potencializando a subnotificação. O acesso tardio aos dados e a precarização das ações realizadas pela Casa das Mulheres comprometeram a análise da realidade. Em 2018, houve baixa nos registros (n=71), e em 2019 foram registrados 886 notificações, sendo o aumento justificado pela realização de busca ativa. Segundo o IBGE e o Ministério da Saúde, em 2019, 29,1 milhões de mulheres (<18 anos) sofreram algum tipo de violência, representando 18,3% da população brasileira. A análise dos dados locais e nacionais, associada ao contexto político que autoriza/legitima a misoginia e a violência de gênero, evidencia que a instabilidade institucional não apenas fere os direitos das mulheres, mas também colabora com o aumento da violência e com a fragilidade dos dados, comprometendo a formulação de políticas públicas eficazes.
Palavras-chave Política, violência contra mulher, análise de dados.
Forma de apresentação..... Painel
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