| Resumo |
presente trabalho foi construído a partir do uso da Mata da OBiologia, localizada no campus da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Viçosa, Minas Gerais, como espaço para a realização de um trabalho de campo no ensino de Geografia. A atividade foi desenvolvida no âmbito do PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência), que visa incentivar a carreira docente e contribuir para a elevação da qualidade da educação pública. A proposta foi direcionada aos iniciantes à docência (ID’s) do Núcleo de Geografia, funcionando como exercício de formação inicial e com a perspectiva de aplicação futura com estudantes da educação básica. A escolha da Mata da Biologia deve-se à sua relevância ecológica, histórica e social para o município. Sendo um importante remanescente de Mata Atlântica, vinculado à fundação da UFV, além de espaço de ensino, pesquisa, lazer e contato com a natureza para a comunidade. A atividade teve como objetivo explorar o trabalho de campo como metodologia alternativa de ensino, promovendo vivência prática, observação direta e construção de saberes. Segundo Cavalcanti (1998), o trabalho de campo é uma estratégia essencial no ensino de Geografia, pois permite a articulação entre teoria e realidade concreta, contribuindo para o desenvolvimento de um pensamento crítico e espacial. Nesse sentido, o conceito de paisagem orientou as reflexões geográficas, sendo compreendida como a expressão visível das dinâmicas naturais e sociais. De acordo com Santos (1977), a paisagem é compreendida como um sistema material formado por objetos naturais, técnicos e sociais que resulta de um processo histórico de acumulação e transformação, expressando, de forma visível, as relações entre sociedade e natureza ao longo do tempo. Durante o campo, os participantes puderam trabalhar diversos aspectos, como educação ambiental, leitura da paisagem e exercício do olhar geográfico, não apenas vendo o espaço, mas o interpretando a partir do que se vê e da imaginação. A abordagem metodológica utilizada teve um viés qualitativo e formativo centrado na observação, vivência e elaboração de saberes, promovendo o contato direto dos licenciandos com o espaço geográfico. A experiência demonstrou que o trabalho de campo contribui para a compreensão de conceitos geográficos e para o desenvolvimento de habilidades como a leitura crítica da paisagem, a percepção das relações entre sociedade e natureza e a valorização do meio ambiente local. Ações como essa tornam o ensino mais atrativo e significativo, especialmente em um momento em que urge repensar metodologias que dialoguem com as vivências dos estudantes. Conclui-se, portanto, que o trabalho de campo é uma ferramenta pedagógica eficaz no ensino de Geografia, e que a utilização da Mata da Biologia permitiu estímulo à observação crítica, à interpretação e interação com o espaço geográfico, articulando teoria e prática em um ambiente fora do tradicional. |