| Resumo |
Este relato compartilha uma experiência desenvolvida no pátio do Centro Municipal de Educação Infantil Cônego Antônio Mendes, realizada pelas bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), do curso de Licenciatura em Educação Infantil da Universidade Federal de Viçosa. A proposta teve como objetivo transformar o espaço externo da instituição em um ambiente mais interativo e lúdico, por meio da pintura de elementos gráficos que favorecessem o brincar, a imaginação e a convivência entre as crianças do maternal ao segundo período. A iniciativa partiu da observação do potencial do pátio como espaço educativo e da escuta das próprias crianças, que demonstravam entusiasmo e desejo por experiências que envolvessem movimento, cores e jogos. Com isso, as pibidianas planejaram e realizaram, de forma colaborativa, a pintura de amarelinhas, formas geométricas coloridas, trilhas, caminhos sinuosos e outros elementos visuais diretamente no piso do pátio. Estas intervenções foram realizadas em equipe, envolvendo planejamento, seleção dos materiais (tinta guache, pincéis e giz para demarcar o local) e a criação dos desenhos com base nos interesses e repertórios infantis. Cada traço foi pensado para estimular o movimento corporal, a socialização e o jogo simbólico, oferecendo múltiplas possibilidades de uso pelas crianças das faixas etárias de 1 ano e 7 meses á 5 anos e 11 meses, que são atendidas pela escola. Após a finalização das pinturas,as crianças da creche ao segundo período passaram a explorar ativamente os caminhos, as formas e as brincadeiras ali propostas. As amarelinhas se tornaram parte da rotina das turmas maiores, enquanto os caminhos pintados no chão e as figuras geométricas foram utilizados como trilhas para corridas, desafios, percursos com carrinhos e jogos de faz de conta. Foi possível observar o quanto as crianças se sentem motivadas a ir ao pátio brincar. Diariamente, manifestavam o desejo de “descer para brincar no chão pintado”, demonstrando vínculo afetivo com o espaço e com a proposta. O ambiente, agora colorido e interativo, tornou-se ponto de encontro, de convivência e de invenção coletiva. Este projeto valorizou o brincar livre, a exploração do espaço físico, a expressão corporal e o uso das diferentes artes como linguagem da infância. A experiência de integrar diferentes grupos etários em um mesmo espaço lúdico, favoreceu a convivência entre pares, a cooperação e o fortalecimento dos vínculos escolares. Concluímos que, experiências como essa teve impacto na rotina e no bem-estar das crianças e reafirmou a importância de se pensar o espaço-ambiente escolar como um território vivo, em constante transformação, onde o brincar e a arte podem coexistir como formas legítimas de educar e aprender. Para as IDs, foi um momento de escuta, sensibilidade e construção conjunta de saberes, fortalecendo o compromisso com uma educação infantil mais viva, inclusiva e conectada com as múltiplas formas de ser criança. |