| Resumo |
Desde 2009, anualmente, realiza-se na Universidade Federal de Viçosa (UFV), o evento Troca de Saberes, que reúne professores e estudantes de diversos departamentos e programas de extensão universitária, bem como movimentos sociais, culturais, indígenas, quilombolas, agricultores e agricultoras. O evento é organizado pelo Núcleo de Educação do Campo e Agroecologia (ECOA/UFV) e conta com o apoio da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UFV. A partir de 2013, para suprir a necessidade do evento em se tornar mais autônomo e sustentável, surge o Grupo de Trabalho em Bambu (GT-BAMBU), que vem desde então desempenhando um importante papel nesse processo. O grupo é formado por estudantes, técnicos e professores que a partir de uma perspectiva ecopedagógica, contribuem para a formação política e técnica dos indivíduos e a construção coletiva do conhecimento, fazendo a ponte da teoria com a prática. O envolvimento do bambu na discussão transversal da Agroecologia surgiu da necessidade de explorar os caminhos da sua cadeia produtiva, do plantio à colheita, manejo, identificação de espécies, tipos de tratamento, aplicação em tecnologias sociais e outros usos. O GT contribui de forma significativa para o design e implementação de novas estruturas, buscando aprofundar os estudos sobre técnicas construtivas, trazendo inovações, resgatando práticas tradicionais. Isso trouxe uma nova identidade estética, visual e funcional para o evento. O GT tem como principais objetivos o desenvolvimento de tecnologias sociais, a difusão do bambu com material construtivo em substituição a materiais convencionais, a capacitação de agentes multiplicadores, e a inserção do bambu como uma ferramenta de transformação sócio-ambiental, política e econômica. Dentre as principais ações desenvolvidas pelo grupo podemos citar a realização de inúmeros cursos, oficinas e vivências para um público diverso, a realização de projetos de pesquisa, ensino e extensão, o desenvolvimento de estruturas e equipamentos, como podemos destacar: Yurt, Tipi, Geodésicas, modelos de banheiros seco, integral bambu, brinquedos para crianças, cercas, cestas, balaios, objetos decorativos, entre outros. A horizontalidade e a auto-gestão nas atividades são uma importante estratégia para garantir a transmissão dos saberes às pessoas. Cada pessoa, de acordo com o conhecimento e habilidades que têm, contribui propondo soluções ou simplesmente acrescentando informações das mais diversas áreas. Dessa forma, ao longo destes últimos 13 anos o GT BAMBU tem se mostrado uma experiência exitosa no desenvolvimento de ações e projetos que visam atingir os seguintes Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) no Brasil: 4 Educação de Qualidade; 11 Cidades e Comunidades Sustentáveis; 13 Ações Contra a Mudança Global do Clima. |