| Resumo |
A ordem Coleoptera é a mais diversa do reino animal, com aproximadamente 420.000 espécies descritas distribuídas em cerca de 200 famílias. Muitas dessas famílias carecem de estudos aprofundados sobre sua taxonomia, distribuição geográfica e biologia. Anamorphidae foi elevada a família por Strohecker em 1953 a partir de Anamorphinae (Endomychidae). Desde sua formalização, essa família tem recebido pouca atenção, especialmente sua fauna neotropical. No Brasil, há somente quatro espécies registradas, de dois gêneros: Bystus Guérin-Méneville, 1857, três espécies; e Catapotia Thomson, 1860, somente uma espécie. Espécies de Bystus têm se mostrado particularmente abundante em amostragens realizadas na Região Sudeste do Brasil. O gênero é caracterizado pela fórmula tarsal 3-4-4, antena de 9–10 antenômeros, com clava antenal de 3, pronoto arredondado lateralmente, com margens estreitas, apresentando também sulcos laterais curvados anteromedialmente, alcançando o meio do disco pronotal. As espécies são frequentemente associadas a basidiomas ressupinados de fungos poliporoides. As informações sobre a distribuição geográfica das espécies brasileiras de Bystus ainda são escassas. Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivo atualizar os registros de distribuição de espécies de Bystus para a Região Sudeste do Brasil. Foram realizadas coletas manuais em dois fragmentos de Mata Atlântica no município de Viçosa, Minas Gerais: “Mata da Biologia” (20º45’25”S, 42º51’48”W); e “Estação de Pesquisa, Treinamento e Educação Ambiental (EPTEA) Mata do Paraíso” (20°80’19’’S, 42°85’86’’W). Os espécimes foram coletados diretamente sobre basidiomas, sacrificados, identificados e tombados na Coleção Entomológica do Laboratório de Sistemática e Biologia de Coleoptera da UFV (CELC-UFV). A partir da comparação dos dados obtidos com os registros disponíveis na literatura, foi possível ampliar o conhecimento sobre a distribuição de Bystus rhizobioides (Gorham, 1875), anteriormente conhecida apenas do estado de São Paulo. Espera-se que este trabalho estimule novos estudos com Anamorphidae, contribuindo para o avanço do conhecimento sobre táxons negligenciados da fauna brasileira. |