| Resumo |
O setor florestal é um importante contribuinte à economia brasileira, seja para uso madeireiro, siderúrgico, moveleiro, materiais lignocelulósicos, entre outros. Apesar da importância no atual cenário do país, a geração de resíduos cresce de acordo com a fabricação de produtos. A indústria de celulose kraft é uma das principais na produção de insumos linocelulósicos no Brasil. Os principais resíduos gerados na fábrica durante o processo são grits, dregs, lodo primário e biológico e efluente, dessa forma o volume gerado de resíduos é significativo. O lodo primário é um material rico em fibras, podendo ser reciclado para a produção de papel reciclado, porém a baixa demanda para este uso facilita o acúmulo desse resíduo na empresa. Com isso, o objetivo deste trabalho foi realizar a caracterização físico-química do lodo primário gerado na indústria de celulose kraft, com o intuito de avaliá-lo como uma nova fonte para uso energético. Para caracterização física foi conduzida analise para definir o poder calorifico superior (PCS). Para a caracterização química foi conduzida analise de química imediata (QI). A metodologia foi desenvolvida no Laboratório de Painéis e Energia da Madeira (LAPEM). O resultado do PCS determina a liberação da energia em um material após o início da queima; para o lodo primário o PCS correspondeu à 17,6 MJ/Kg. A análise de QI determina os teores de materiais voláteis (%MV), cinzas (%CZ) e carbono fixo (%CF). O teor de material voláteis corresponde a vaporização de materiais presentes na amostra; no teor de cinzas é estipulado a quantidade de matéria orgânica presente na amostra e o teor de carbono fixo prediz a quantidade de carbono disponível na amostra, sem interferência da umidade e após a retirada dos materiais voláteis. Os resultados de %MV, %CZ e %CF para o lodo primário foram, respectivamente de 86,45%, 1,88% e 11,66%. Os resultados correspondentes à química imediata do lodo primário foi ressaltaram um baixo teor de cinzas, o que é favorável no uso energético, pois a perda de material combustível é mínima, em consonância com o teor de de materiais voláteis que está compreendido em um nível aceitável ao ser comparado com o %MV presente em madeiras, por exemplo; entretanto o baixo teor de carbono fixo, desfavorece seu uso para produção de energia. Em detrimento dessas informações pode-se afirmar a viabilidade deste material para uso energético combinado a outros materiais. Além disso, os resultados aqui descrito estão acordados com os objetivos de desenvolvimento sustentável 7 e 10, os quais descrevem, respectivamente Energia Limpa e Renovável e Indústria, Inovação e Infraestrutura. |