| Resumo |
Introdução: Nos últimos anos, as ferramentas de Inteligência Artificial estão sendo amplamente utilizadas para personalizar a experiência de aprendizagem, melhorar a compreensão e aumentar o engajamento dos discentes, promovendo melhorias consideráveis no processo de ensino e aprendizagem, em especial no que concerne às Ciências da Saúde. Objetivo: avaliar os conhecimentos e percepções sobre Inteligência Artificial no processo de ensino-aprendizagem entre discentes dos cursos de Ciências da Saúde de uma instituição pública de ensino superior. Métodos: estudo transversal conduzido com 304 discentes dos cursos de Enfermagem, Educação Física, Medicina e Nutrição de uma universidade pública federal de Minas Gerais. Trata-se de resultados parciais de recorte de uma pesquisa maior, de delineamento misto, cuja coleta de dados fora realizada entre abril e maio de 2025 com aplicação de questionários online no formato Google Forms, com questões do tipo likert, variando de 1 a 5 pontos, e realização de análise descritiva de 15 questões. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética sob o parecer nº 7.283.361. Resultados: dentre os discentes, 50,0% eram do sexo feminino e 50,0%, do sexo masculino, sendo 48,4% da Educação Física; 23,0% da Enfermagem; 15,5% da Medicina e 13,2% da Nutrição. A mediana de idade foi de 22,5 anos. Em relação às ferramentas de inteligência artificial, as mais conhecidas pelos discentes foram o ChatGPT (98,0%), seguido da Alexa (69,4%), Gemini (68,4%), Google Lens (53,3%) e Mendeley (32,9%). A maioria dos discentes entende que as ferramentas de inteligência artificial promovem um ambiente de aprendizagem mais inclusivo (55,6%), contribuem para a melhoria do desempenho acadêmico dos alunos (63,2%) e para a inovação na educação (87,1%). A maioria dos estudantes manteve-se neutra em relação à afirmação de que tem um bom conhecimento sobre a aplicação das tecnologias de inteligência artificial aplicadas à educação (p=0,661). Além disso, a maioria dos discentes discorda que a inteligência artificial possa substituir o papel do professor no futuro (82,7%). Conclusão: observou-se que existem fragilidades no conhecimento dos estudantes dos diferentes cursos sobre as ferramentas de inteligência artificial, bem como uma concordância em relação aos impactos positivos e às melhorias que essas ferramentas podem promover no processo ensino-aprendizagem. Nesse sentido, as ferramentas de inteligência artificial são consideradas pelos discentes como instrumentos facilitadores e dinamizadores do processo de ensino-aprendizagem. Ainda que assim sejam consideradas, as referidas ferramentas não podem substituir o papel do professor no futuro. |