Das Montanhas de Minas ao Oceano: Os Caminhos da Ciência para um Futuro Sustentável

20 a 25 de outubro de 2025

Trabalho 21616

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Dimensões Sociais: ODS4
Setor Departamento de Educação
Bolsa Não se Aplica
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Débora Cristina Freitas Rodrigues
Orientador TEREZINHA DUARTE VIEIRA
Título A representação da infância em: O quinze, Menino de engenho, Vidas secas e Reinações de Narizinho
Resumo Esta pesquisa parte da ideia de que não há uma infância única, mas sim “infâncias” atravessadas por fatores como classe social, gênero, raça e cultura, configurando em um conceito multifacetado. Com base nesse pressuposto, esta investigação propõe de modo geral estudar e analisar as diferentes representações das infâncias na literatura brasileira da década de 1930, a partir das diferentes experiências infantis representadas em quatro obras canônicas da literatura nacional: O Quinze(1930), de Raquel de Queiroz; Menino de Engenho(1932), de José Lins do Rego; Vidas Secas(1938), de Graciliano Ramos; e Reinações de Narizinho(1931), de Monteiro Lobato. A escolha dessas obras se justifica por serem publicadas em um momento de um forte movimento regionalista na literatura nacional, elas ainda integram o cânone e figuram no imaginário coletivo, conforme o conceito de clássico proposto por Ítalo Calvino (1991). A partir dessas narrativas, busca-se de modo específico: compreender o papel ocupado pelas personagens infantis, se são protagonistas ou coadjuvantes e de que forma suas vivências revelam aspectos formativos como o brincar, a escola, a negligência, o lúdico e a interação com o meio social. É uma pesquisa qualitativa e será realizada por meio de um estudo bibliográfico, posto que a literatura é compreendida neste trabalho não somente como forma de expressão estética, mas como instrumento de registro das experiências humanas, conforme defende Antônio Candido (1979), que entende a ficção como uma forma legítima de conhecimento da realidade. A pesquisa possui três etapas, a primeira será realizada a partir de estudo, elaboração de resumos e sistematizações das quatro obras selecionadas. A segunda, acontecerá por meio do levantamento bibliográfico de estudos sobre as infâncias e a última têm em vista analisar o recorte dos personagens infantis, suas vivências à luz da literatura selecionada. Os resultados iniciais mostram que as contribuições de Philippe Ariès (1960), ressalta o surgimento do “sentimento de infância” no sentido do reconhecimento das especificidades infantis como distintas do adulto,que foi constituído na modernidade e desenvolvido e consolidado na contemporaneidade. Igualmente Rousseau (1973) concebe a infância como um estado da vida distinta e essencial à formação da humanidade do homem, logo o tempo da edificação da criança na criança. Além deles, autores como Mary Garcia Castro (2004), Tzvetan Todorov (1970) e o próprio Candido contribuem para discutir questões de gênero, classe, recepção estética e construção narrativa, desse modo identificou-se a presença e o papel de crianças nessas quatro obras a partir desses marcos teóricos. Até o presente momento desta pesquisa, conclui-se provisoriamente que a literatura representa, ressignifica ou até marginaliza as infâncias, permitindo uma compreensão mais profunda das concepções sociais que moldam a vivência infantil em diferentes contextos históricos do Brasil.
Palavras-chave Infâncias, literatura, representação
Forma de apresentação..... Vídeo
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