| Resumo |
O uso e cobertura do solo interferem na temperatura, sendo que áreas vegetadas tendem apresentar temperaturas mais amenas em comparação às áreas construídas devido a capacidade dos elementos em armazenar e dissipar o calor. Variações na temperatura podem indicar mudanças no uso do solo, tornando o sensoriamento remoto uma ferramenta fundamental nos diagnósticos (Porangaba e Amorim, 2019). Assim, objetivou-se analisar a temperatura de superfície em função dos diferentes usos e cobertura do solo numa propriedade rural no município de Coimbra-MG. A aquisição dos dados ocorreu de duas formas: a primeira por meio de uma câmara termal modelo Micasense transportada pelo RPA modelo DJI Matrice 300 RTK, que gerou dados das bandas espectrais do visível, infravermelho próximo e temperatura da superfície. A segunda, por sensores proximais de temperatura e de umidade (Teros 10), em 7 pontos diferentes: Mata, café dentro da mata, Eucalipto, Horta, Milho, Estrada e Café Estrada. As imagens do sensor remoto foram processadas no software Pix4D, resultando nas bandas espectrais e de temperatura em Milikelvin. Os dados de umidade foram obtidos através do aplicativo Zentra, e os de temperatura no próprio sensor. No QGis, fez-se a composição RGB cores verdadeiras. A temperatura em Milikelvin foi convertida para ºC. Com isso, os pontos de coleta foram inseridos na banda de temperatura em ºC, para extração dos valores do sensor remoto. Posteriormente foram comparados com os dados obtidos em campo. O primeiro resultado foi visual, na carta de temperatura em ºC gerada pelo sensor termal, com uma faixa linear ao centro da imagem com valores perto de 10ºC representando o fundo de um vale acumulando temperatura, enquanto áreas laterais de maior elevação registraram temperaturas entre 13 e 20 °C, e locais com grande retenção de calor, as temperaturas atingiram 29ºC. As medições com os sensores proximais apresentaram maiores temperaturas comparadas às do sensor MicaSense. Isso se explica pela diferença das técnicas de medições utilizadas: o sensor proximal mede em contato com o solo em momento exato, e o sensor termal fornece em um pixel a média da radiação refletida pela superfície. Observou-se que o tipo de uso do solo influencia diretamente nas respostas térmicas, com menores valores em áreas de maior cobertura vegetal, como eucalipto, café e mata, devido a influência das sombras e o nível de saúde da vegetação, que tem um papel maior na regulação térmica do que a umidade presente no solo. A vegetação densa apresenta às menores temperaturas, como a mata e eucalipto. A horta com grande teor de umidade apresentou temperatura elevada, refletindo que os usos do solo é relevante na regulação térmica da superfície. Conclui-se que o uso integrado do sensoriamento remoto e sensores proximais, é eficaz para compreender a variação da temperatura superficial em função do uso e cobertura do solo, sendo ferramenta promissora na gestão e monitoramento ambiental. |