Das Montanhas de Minas ao Oceano: Os Caminhos da Ciência para um Futuro Sustentável

20 a 25 de outubro de 2025

Trabalho 21398

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Dimensões Ambientais: ODS14
Setor Departamento de Biologia Animal
Bolsa Não se Aplica
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro FAPEMIG, Outros
Primeiro autor Janaina Hokoç Moura Fernandes
Orientador AMANDA FERREIRA E CUNHA
Outros membros Alessandra Lopes de Araujo, SIRLENE SOUZA RODRIGUES SARTORI
Título Variação do Índice Gonadal de Ophioderma appressum no Atlântico Sul
Resumo A reprodução é um dos processos naturais mais importantes para os seres vivos, pois permite a continuidade das espécies ao longo do tempo nos ecossistemas. Os invertebrados marinhos, como os ofiuróides, apresentam uma grande diversidade de estratégias reprodutivas, podendo exibir tanto um único evento de desova quanto múltiplos ao longo de suas vidas. No entanto, ainda há muitas lacunas a serem preenchidas em relação ao ciclo reprodutivo de diversas espécies de invertebrados marinhos.

Diante disso, este estudo tem como objetivo avaliar se o Índice Gonadal (IG) de Ophioderma appressum (Ophiuroidea: Echinodermata) reflete diferentes fases do ciclo reprodutivo da espécie. Além disso, busca-se verificar se essas variações estão associadas a mudanças na temperatura da água.

Para isso, um total de 144 espécimes foi coletado entre dezembro de 2023 e novembro de 2024, no distrito de Arraial d'Ajuda, litoral sul da Bahia. Após a fixação, foram pesados, seus discos centrais medidos com o auxílio de um paquímetro, e as gônadas removidas, dissecadas e pesadas. Os dados de temperatura foram obtidos por meio de medições locais realizadas em todos os meses de amostragem.

As análises quantitativas foram realizadas utilizando a linguagem R de programação. A partir dos resultados, foi possível observar que o Índice Gonadal não está relacionado com o tamanho do disco central, sugerindo que é uma medida confiável da maturidade reprodutiva da espécie e independe do tamanho dos indivíduos. Também se verificou que não há diferença significativa no IG entre machos e fêmeas (F=2.94, p=0.09), porém o IG variou significativamente entre os meses amostrados (F=13.79, p<0.01), sendo maior nos meses de dezembro, janeiro, fevereiro e março, e menor nos meses de maio, junho e julho, com pequeno aumento nos meses seguintes (setembro, outubro e novembro). Os meses com registro dos menores índices gonadais foram também os meses que apresentaram queda nas temperaturas. Isso sugere que o período de desova provavelmente ocorre nos meses mais frios do ano. De fato, maiores valore de IG refletem o maior peso úmido das gônadas, indicando intensa formação de gametas, enquanto menores valores de IG refletem baixo peso úmido, indicando menor desenvolvimento gonadal, e apoiando o cenário de desova.

Com base nesses resultados, conclui-se que a espécie apresenta um único evento de desova anual, concentrado no inverno, período no qual foi observado o menor índice gonadal. Após o inverno, identificou-se um aumento gradual no IG, reforçando a hipótese de que Ophioderma appressum seja uma espécie iterópara, com múltiplos eventos reprodutivos ao longo de sua vida, porém com um único evento de desova anual.

Esses resultados contribuem para uma melhor compreensão da biologia da espécie e dos processos biológicos relacionados com os padrões reprodutivos de invertebrados nos ecossistemas marinhos.
Palavras-chave reprodução, invertebrados marinhos, Ophioderma appressum.
Forma de apresentação..... Painel
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