| Resumo |
A desregulação da expressão das proteínas quinase de serina/arginina (SRPKs) tem sido relacionada com diversos tipos de câncer, especialmente SRPK1 e SRPK2. Essas proteínas atuam na progressão do câncer, podendo influenciar na resposta das células tumorais aos tratamentos e, por isso, são alvo de inibição molecular como estratégia terapêutica. Experimentos prévios do nosso grupo de pesquisa mostraram que o knockout de SRPK2 impacta negativamente a metástase do melanoma in vivo. Atualmente, não existem inibidores seletivos para SRPK2 frente à SRPK1, pois estas apresentam alta similaridade no domínio catalítico. Para contornar essa limitação, foram desenvolvidos fragmentos variáveis de cadeia única (scFv) anti-SRPK2, que são pequenos anticorpos monoclonais recombinantes, formados apenas pelas regiões variáveis de um anticorpo. Esses fragmentos foram projetados por modelagem computacional, incorporando mutações específicas para aumentar sua afinidade e especificidade pelo antígeno. Com base nisso e em estudos anteriores do grupo, o objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade funcional de um scFv produzido em Escherichia coli. Inicialmente, o scFv foi expresso em E. coli e purificado por cromatografia líquida rápida de proteínas (FPLC) e dialisado. As amostras foram analisadas por SDS-PAGE e confirmadas por western blot, para então serem utilizadas nos testes funcionais. Para analisar a eficiência de ligação anticorpo-antígeno foi feito o ELISA (Ensaio Imunoabsorvente Ligado à Enzima) sanduíche, testando-se diferentes concentrações de antígeno (SRPK2) e de anticorpo (scFv anti-SRPK2). Foi utilizado um anticorpo secundário conjugado com a enzima peroxidase para obtenção dos resultados. Foi feito também o ensaio de imunofluorescência com células de melanoma humano (MV3), para avaliação da capacidade de internalização do scFv, com a utilização de marcadores específicos. Foram testadas diferentes concentrações do anticorpo por 48h e os resultados foram analisados por microscopia confocal. No ensaio de ELISA, foi detectada a interação do scFv com a SRPK2, evidenciando a atividade funcional do anticorpo produzido. Na imunofluorescência, foi possível visualizar a internalização do scFv na célula de melanoma humano, com intensidade de fluorescência maior na concentração de 60 nM do anticorpo recombinante. Os resultados indicam que o scFv em estudo apresenta atividade funcional, evidenciada por sua capacidade de internalização celular e ligação à proteína-alvo, SRPK2. Contudo, são necessários experimentos adicionais para confirmação da eficácia antitumoral do scFv, no contexto do melanoma metastático. |