Das Montanhas de Minas ao Oceano: Os Caminhos da Ciência para um Futuro Sustentável

20 a 25 de outubro de 2025

Trabalho 21221

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Dimensões Econômicas: ODS11
Setor Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular
Bolsa PIBITI/CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq, FAPEMIG
Primeiro autor Amanda Donegá da Silva
Orientador VALERIA MONTEZE GUIMARAES
Outros membros Rafaela Inês de Souza Ladeira Azar
Título Biorrefinaria de Resíduos Agrícolas: Coprodução de Etanol e Xilitol a partir da Casca de Soja
Resumo A casca de soja é um resíduo agroindustrial abundante no Brasil, sendo rica em celulose e hemicelulose, e pode ser utilizada como matéria-prima para a produção de bioprodutos de maior valor agregado, como etanol e xilitol, alinhando-se aos conceitos de bioeconomia e aproveitamento sustentável de resíduos. As leveduras possuem papel essencial nesse processo, destacando-se Meyerozyma guilliermondii, que apresenta potencial na biotransformação de xilose em xilitol e Saccharomyces cerevisiae, amplamente utilizada na fermentação da glicose em etanol. Este trabalho teve como objetivo avaliar a fermentação dos açúcares liberados pela hidrólise enzimática da casca de soja, utilizando leveduras selecionadas para a produção de etanol e xilitol. Além disso, foi comparado o desempenho fermentativo entre a casca de soja in natura inteira e a casca previamente moída. Inicialmente, a casca de soja, na forma in natura e moída, foi submetida à hidrólise enzimática em meio reacional contendo 10 % (m/v) de biomassa, com adição de 5 g da enzima Cellic CTec3® para cada 100 g de celulose, durante 120 horas a 50 °C e 200 rpm, resultando em um hidrolisado rico em glicose e xilose. Em seguida, a fermentação foi realizada com as leveduras M. guilliermondii, S. cerevisiae FT858 e S. cerevisiae ADY®, utilizando 0,1 g de levedura para cada 100 mL de caldo hidrolisado. O experimento comparou a utilização da casca de soja inteira e moída, com o monitoramento dos teores de glicose, xilose, etanol e xilitol ao longo de 72 horas. Observou-se que a moagem da casca de soja favoreceu o consumo de açúcares pelas leveduras, resultando em maior produção de etanol e xilitol nos ensaios com a biomassa lignocelulósica moída. Nessas condições, a levedura M. guilliermondii, realizou maior conversão de xilose em xilitol (93,28%) e de glicose em etanol (22,58%) após 72 h, enquanto a levedura comercial ADY® apresentou conversão de xilose em xilitol de 80,46% e conversão de glicose em etanol de 6,65%. Para S. cerevisiae FT 858, a conversão em xilitol foi de 66,34% e de etanol em 6,27%. Esses resultados indicaram que a levedura M. guilliermondii foi a mais eficiente para a coprodução de etanol e xilitol, destacando-se como uma estratégia viável para o aproveitamento integral da biomassa residual. Conclui-se que a casca de soja, mesmo sem a etapa de pré-tratamento convencional, pode ser hidrolisada enzimaticamente e utilizada como uma alternativa promissora para a produção de etanol e xilitol com leveduras selecionadas. A moagem da biomassa mostrou-se um fator relevante para o aumento do rendimento de xilitol. Esses resultados reforçam o potencial de valorização de resíduos agroindustriais e contribuem para a sustentabilidade das cadeias produtivas, tornando o processo atrativo para biorrefinarias que buscam diversificar seus produtos e desenvolver rotas integradas de aproveitamento de resíduos agrícolas no Brasil.
Palavras-chave Casca de soja, Etanol, Xilitol
Forma de apresentação..... Vídeo
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