| Resumo |
A variabilidade genética é necessária e essencial para o sucesso de um programa de melhoramento. Com base nisso, o objetivo deste trabalho foi avaliar a variabilidade genética de híbridos testcrosses de milho do Programa Milho-UFV para um conjunto de vários caracteres. Os híbridos foram avaliados nas safras 2023/24 e 2024/25, em Coimbra-MG e Viçosa-MG. Utilizou-se o delineamento experimental de blocos incompletos com duas repetições. Avaliaram-se 19 caracteres agronômicos relacionados a arquitetura de planta, espiga, grãos e produtividade de grãos. Os dados mensurados foram submetidos a análise de modelos mistos pela metodologia REML/BLUP e os componentes da variância foram testados pelo likelihood-ratio test (LRT). Também foram estimadas as correlações de Pearson entre as médias ajustadas de todos os caracteres. Os valores de coeficiente de variação (CV%) variaram de 2,01% para florescimento masculino (FM) até 14,66% para produtividade de grãos (PG), o que evidencia uma boa qualidade experimental. Houve efeito (P<0,001) de ambiente em todos os caracteres avaliados, e para genótipo, não houve efeito apenas para prolificidade (PRL). Na interação genótipos por ambientes apenas os caracteres diâmetro do colmo (DC), diâmetro de espiga (DE) e comprimento do grão (CG) não foram significativos, o que demonstrou a influência do ambiente na maioria dos caracteres avaliados. Em relação ao ciclo, para FM a média foi de 63,82 dias com amplitude de 58,68 a 68,38 dias, já para florescimento feminino (FF) a média foi de 64,20 dias e teve uma amplitude de 57,94 a 70,61 dias. A PG média foi de 8.107 kg ha-1 com amplitude de 5.278 a 11.657 kg ha-1. Os valores da herdabilidade no sentido amplo, variaram de 0,25 para número de nós acima da espiga (NNAC) a 0,89 (FM), o que evidenciou boa contribuição genética para a variação fenotípica. A PG, carácter de maior interesse agronômico, apresentou herdabilidade de 0,75, valor considerado alto. As estimativas de correlações de Pearson foram de magnitude média, e a grande maioria foi significativa (P<0,05). A PG se correlacionou com comprimento de espiga (CE, r ̂=0,51), número de grãos por fileira (NGF, r ̂=0,48), altura de planta (AP, r ̂=0,47) e de espiga (AE, r ̂=0,47). Já o FM se correlacionou com FF (r ̂=0,90), número de fileiras (NF, r ̂=-0,23), DE (r ̂=-0,33) e comprimento de grão (CG, r ̂=-0,14). Observou-se ainda, uma correlação do peso de mil grãos (P1000) com NNAC (r ̂=-0,16), NF (r ̂=-0,34) e NGF (r ̂=-0,25). Assim, conclui-se que o conjunto de híbridos do Programa Milho apresenta variabilidade genética para caracteres agronômicos e potencial para seleção; e a interação genótipos por ambientes observada para maioria dos caracteres reforça a necessidade de avaliar os materiais em mais ambientes. |