| Resumo |
O Trilheiros do Sauá é um grupo de extensão, que realiza trilhas de educação e interpretação ambiental na Mata da Biologia, uma área protegida da Universidade Federal de Viçosa (UFV), que está vinculada à Secretaria de Museus e Espaços de Ciência (SEMEC). O grupo recebe alunos da educação básica e, tendo como princípio a Educação Ambiental Crítica (EAC), são trabalhados aspectos socioambientais da trilha a partir da participação dos visitantes. O objetivo deste trabalho é compartilhar o modus operandi do grupo no processo de agendamento, planejamento e execução das atividades. As solicitações de visitas são feitas por parte dos interessados utilizando o formulário on-line, disponível no perfil do projeto no Instagram. O responsável, então, informa o objetivo da visita, o tema a ser trabalhado e especificidades da turma como a presença de alunos com alguma deficiência. A partir dessas informações, o grupo prepara as atividades utilizando metodologias participativas, respeitando as solicitações feitas e promovendo uma visita pertinente e inclusiva. A partir das vivências dos visitantes em seus territórios de origem, é possível criar espaços de troca e construção coletiva de conhecimentos e saberes, tornando a aprendizagem prazerosa e significativa. Um exemplo, foi a visita com os alunos do 9° ano da Escola Estadual São Sebastião do município de Gonzaga/MG. Os alunos faziam parte do Projeto de Iniciação Científica da Educação Básica e, em função disso, o professor solicitou que fosse trabalhado o tema “produção agrícola sustentável”. Assim, foram selecionados pontos interpretativos da Trilha do Sauá, que se relacionam diretamente com a temática, como, por exemplo, a relação do Jacu com o café, a utilização da palmeira Juçara em Sistemas Agroflorestais (SAF) e a história da UFV como referência na área agronômica. Em cada ponto foram trabalhados, de forma crítica e reflexiva, aspectos socioambientais, trazendo elementos da agroecologia, agrofloresta e dos povos do campo, associando com a formação histórica do Brasil. O planejamento do conteúdo e das metodologias a partir do interesse dos visitantes possibilitou que a visita acontecesse de forma mais participativa e significativa, uma vez que puderam relacioná-la com o conteúdo trabalhado no projeto de iniciação científica. Essa e outras experiências têm ratificado a importância dos procedimentos adotados pelo grupo Trilheiros do Sauá no planejamento, execução e avaliação das visitas, pois as mesmas passam a ter um caráter emancipatório, em que os participantes atuam como protagonistas, construindo, coletivamente, o conhecimento baseado em suas vivências e em seus saberes. |