| Resumo |
Introdução: Os professores desempenham papel crucial na identificação e manejo de situações de violência dentro da escola, incluindo violência estrutural, psicológica, física, negligência, abandono, trabalho infantil e violência sexual. Para isso, é fundamental que os docentes possuam formação adequada e sensibilidade, de modo a atuar com empatia e observação cuidadosa. Quando uma criança confia no professor e revela uma violação de seu corpo, o educador deve agir com sensibilidade e respeito, criando um ambiente onde a criança não sinta medo ou vergonha, facilitando sua escuta e proteção Objetivos(s): Analisar as dificuldades enfrentadas pelos docentes na abordagem respeitosa e acolhedora de casos de violência sexual escolar, promovendo a confiança dos alunos e um ambiente mais seguro. Metodologia: Realizou-se uma revisão integrativa da literatura nas bases SciELO e BVS, utilizando os descritores “Abuso sexual na infância”, “Educação infantil”, e “Educadores”. Foram considerados artigos publicados entre 2019 e 2025, em português e inglês, disponíveis gratuitamente online. Resultados: Os principais desafios destacados incluem a falta de capacitação inicial e contínua dos professores para identificar sinais de violência sexual, a escassez de apoio psicológico para os profissionais, a sobrecarga de tarefas e o desconhecimento do papel ativo da escola na prevenção e enfrentamento do abuso. A pesquisa evidencia que muitos educadores, diretores e demais funcionários têm conhecimentos insuficientes sobre o tema, devido à ausência de formação específica. Além disso, enfrentam dificuldades em agir adequadamente quando o abuso é relatado, muitas vezes deixando de realizar denúncias ou de implementar ações preventivas em sala de aula. Ainda, há uma visão de que assuntos relacionados à sexualidade deveriam ser responsabilidade exclusiva da família, apesar de a escola ser reconhecida na legislação brasileira, pelo Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual, como componente fundamental na proteção das crianças e adolescentes. No entanto, as escolas frequentemente atuam mais como reforço de campanhas externas do que como protagonistas na abordagem da temática. Conclusões: Os obstáculos enfrentados pelos docentes na luta contra a violência sexual infantil evidenciam a necessidade urgente de investir em formação contínua, oferecer suporte institucional e implementar práticas escolares que promovam prevenção, acolhimento e uma escuta qualificada, fortalecendo o papel da escola na proteção de crianças e adolescentes. |