| Resumo |
A indústria madeireira na Amazônia é um dos setores que mais geram resíduos florestais no país, como restos de tronco não aproveitados durante o traçamento, galhada, folhas e outros. Na região Amazônica, o processamento de 14,2 milhões de m³ de toras resultou aproximadamente em 5,8 milhões de m³ de madeira serrada e 8,4 milhões de m³ de resíduos. Do total de resíduos, apenas 75% são aproveitados como carvão vegetal, geração de energia e usos diversos. Os 25% restantes não tem nenhum aproveitamento, sendo queimados ou abandonados como entulho. Logo este trabalho teve como objetivo avaliar o potencial energético de biomassa residual amazônica, como fonte de energia alternativa. Foi realizada para determinar seu potencial energético a análise química imediata (AQI) que foi desempenhada juntamente com o Laboratório de Painéis e Energia da Madeira (LAPEM) na Universidade Federal de Viçosa (UFV). A partir da análise, foi possível determinar teores de cinzas (CZ), carbono fixo (CF), materiais voláteis (MV) e poder calorífico superior (PCS). Onde o CZ apresentou 2,59%, CF obteve um valor de 99,80%, MV 82,86% e o PCS apresentou 7.705 kcal/kg. Esses valores são superiores aos observados em espécies do gênero //Eucalyptus spp//., atualmente a principal fonte de biomassa utilizada para produção energética no país. Os dados obtidos evidenciam o elevado potencial energético da biomassa residual de espécies amazônicas, permitindo agregar valor a esse tipo de resíduo e viabilizar seu aproveitamento em aplicações energéticas sustentáveis, reduzindo a dependência de fontes não renováveis. A busca por alternativas energéticas renováveis se intensificou diante das crescentes preocupações com as mudanças climáticas. Nesse contexto, a biomassa residual proveniente de espécies amazônicas se mostra altamente promissora, apresentando elevado poder calorífico e baixo teor de cinzas, o que proporciona maior eficiência energética. Além disso, o aproveitamento desses resíduos contribui para o desenvolvimento regional, promovendo soluções sustentáveis para um setor cuja base econômica é fortemente ligada à exploração florestal. Portanto, o uso estratégico da biomassa residual amazônica como fonte alternativa de energia não apenas colabora com a transição para uma matriz energética mais limpa, como também agrega valor a um recurso subutilizado, reforçando os princípios da economia circular e da bioeconomia regional. |