| Resumo |
O açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.), nativo da Amazônia, destaca-se por seu uso alimentício e industrial, em crescente expansão nos mercados nacionais e internacionais. Sua propagação é principalmente seminífera (sexuada) e por perfilhos (assexuada). Contudo, a propagação por sementes resulta em cultivos com baixa homogeneidade e alta variabilidade genética, enquanto a produção de perfilhos é lenta e carece de muito cuidado após o transplantio. A embriogênese somática tem se apresentado como uma ferramenta biotecnológica viável para a propagação clonal de palmeiras. O presente estudo teve como objetivo estabelecer um protocolo de indução in vitro de linhagens embriogênicas de E. oleracea. Segmentos radiculares, caulinares, peciolares e do limbo foliar de plântulas previamente estabelecidas in vitro, foram utilizadas como explantes. Os explantes foram inoculados em placas de petri contendo 30 mL de meio de cultura Y3 modificado, previamente preparado e autoclavado, com adição de 3 g.L⁻¹ de carvão ativado e 30 g.L⁻¹ de sacarose. Suplementado com 480 µM de Picloram (PIC). O pH foi ajustado para 5,70 ± 0,02 e adicionado 2,5 g.L⁻¹ de Phytagel®. As placas foram mantidas na sala de crescimento à temperatura de 28 ± 2°C em ausência de luz. O desenvolvimento dos explantes foi acompanhado e avaliado ao longo de 150 dias de cultivo in vitro. A presença de calos foi observada após 60 dias de cultivo, nos explantes caulinares, radiculares e peciolares. Os explantes radiculares apresentaram, aos 120 e 150 dias, respectivamente, 65% e 78% dos explantes com a presença de calos de coloração bege e aspecto friável. Nos explantes caulinares, todos apresentaram calos após 150 dias de cultivo. Entretanto, aos 120 dias 20% eram compactos, enquanto aos 150 dias apenas 16,67% eram compactos, sendo os demais friáveis. Já nos pecíolos foram alcançados aos 120 e 150 dias, respectivamente, 33% e 50% de calos, sendo aos 120 dias todos beges e compactos, enquanto que, aos 150 dias 33,33% eram amarelos e friáveis e o restante beges e mucilaginosos. Contudo, até o presente momento não foi observado a diferenciação de embriões somáticos. Em vista disso, podemos concluir que os explantes avaliados possuem potencial morfogênico para a produção de calos. Porém, análises estruturais são necessárias para determinar o potencial de regeneração dos diferentes tipos de calos obtidos em cada tipo de explante avaliado. |