| Resumo |
Este estudo tem como objetivo analisar as estratégias de improvisação utilizadas por dançarinos de hip-hop e contextos de batalhas e cyphers, e como essas práticas podem contribuir para o desenvolvimento técnico e a criação de movimentos autorais. A pesquisa parte da percepção de que, mesmo com o crescimento das Danças Urbanas como forma de expressão e ocupação de espaços artísticos e educacionais, ainda há poucos estudos acadêmicos que associem este gênero de dança a improvisação na formação do dançarino. A proposta é investigar os saberes que surgem nesses espaços de troca e vivência coletiva, como as batalhas. As batalhas e cyphers permitem que os dançarinos experimentem livremente seus movimentos, explorem diferentes possibilidades corporais e construam suas identidades por meio do improviso. São nesses momentos que surgem movimentações únicas, estilos pessoais e novas formas de se expressar pela dança, que possivelmente não seriam criadas em contextos mais formais ou coreografados. A metodologia adotada será qualitativa, utilizando observação participante e realização de entrevistas do tipo semi estruturada com dançarinos que normalmente frequentam estes eventos. Com isso, pretende-se compreender como os artistas desenvolvem suas técnicas artístico corporais por meio da improvisação, como criam suas movimentações na vivência coletiva e o que isso representa na construção de suas identidades na dança. Além disso, a análise dos dados coletados será interpretativa por triangulação, por isso efetivada a partir de inter-relações entre informações de texto, imagem e som (provenientes das entrevistas e observação participante). A expectativa é que os resultados mostrem a importância das batalhas e cyphers não só como momentos de apresentação e convívio, mas também como espaços potentes de formação, criação e valorização da cultura hip-hop dentro da dança. Uma proposta que visa o fomento à reflexões sobre as Danças Urbanas no universo das pesquisas acadêmicas, de ensino e de criação artística. |