| Resumo |
A utilização de óxido de zinco (ZnO) nas dietas de leitões em doses farmacológicas (1000 a 3500 ppm) permite o controle eficaz da diarreia na fase pós-desmame. No entanto seu uso prolongado pode causar toxicidade, resistência a antibióticos e contaminação ambiental com o excesso excretado. Em virtude disso, a União Europeia limitou a suplementação de Zn, permitindo a inclusão até 150ppm de Zn total na ração, a partir de 2022. Diante do exposto, objetivou-se avaliar o efeito do uso de baixos níveis de Zn na forma de Zn proteinato (ZnPro), mananoligossacarídeo (Man) e de aditivo com ácido butírico (But) em substituição a altos níveis de ZnO na dieta sobre a consistência fecal e incidência de diarreia em leitões na fase de creche. 275 leitões machos e fêmeas (Landrace × Large White, Agroceres-PIC 337♂ e DanBred 90♀), desmamados aos 21 dias de idade, foram distribuídos em DIC com 5 tratamentos, 11 repetições com 5 animais cada. Os níveis de Zn variaram conforme os tratamentos, sendo: T1: DB + níveis farmacológicos de ZnO em 3000, 2000ppm nas fases 1, 2 respectivamente e 100 ppm de sulfato de Zn na fase 3; T2: DB + Zn Proteinato em 100 ppm de Zn (ZnPro); T3: DB + ZnPro (100 ppm Zn) + 800g/ton Manano (ZnPro+Man); T4: DB + ZnPro (100 ppm Zn) + 800 g/ton Manano + 600g/ton Aditivo com Ac.Butírico (ZnPro+Man+But) e T5: DB + ZnPro (100 ppm Zn) + 800 g/ton Manano + 1200g/ton Aditivo com Ac.Butírico (ZnPro+Man+2But). A alimentação foi trifásica, de 21 a 32, 32 a 42 e 42 a 63 dias de idade e os animais receberam ração e água ad libitum. Nos primeiros 7 dias de cada fase, a consistência fecal (CF) de todos os animais de forma individual foi avaliada visualmente. As fezes frescas foram classificadas conforme escala: 1 = sólida; 2 = semissólida; 3 = semilíquida e 4 = líquida. A incidência de diarreia (ID) foi definida como a produção de fezes nos níveis 3 ou 4 por dois dias consecutivos. Os dados foram submetidos à análise de variância com as médias comparadas pelo teste de Tukey, e em relação às dietas do grupo controle, pelo teste de Dunnett a de 5% de significância. O tratamento com ZnO apresentou melhor CF nas fases de 23 a 29 dias e 33 a 39 dias e menor ID na fase de 23 a 29 dias (p<0,05). Na fase de 33 a 39 dias os leitões recebendo o tratamento com ZnO apresentaram menor ID, entretanto, animais recebendo ZnPro+Man+2But apresentaram ID intermediária, pelo teste Tukey, mas superiores ao grupo ZnO pelo teste Dunnett (p<0,05). Na fase de 43 a 49 dias, não houve diferença entre os tratamentos (p>0,05). Em dietas de leitões a suplementação de ZnO em níveis farmacológicos é a estratégia mais eficiente para manter a consistência das fezes adequada e reduzir a incidência de diarreia em leitões após o desmame. O uso de ZnPro e aditivos (ZnPro+Man+2But) apresenta resultados promissores, devendo ser avaliado em novas pesquisas conjuntamente com outras alternativas como potencial substituto aos níveis farmacológicos de óxido de zinco. |