| Resumo |
O Brasil é um dos principais produtores e exportadores de carne bovina no mundo. Tal situação está ligada a qualidade do produto final, ao atendimento de regulamentos nacionais e internacionais e o controle rigoroso da presença de diversos patógenos de origem alimentar na cadeia produtiva. Entre as diversas legislações brasileira, estão a investigação de Escherichia coli diarreiogênicas (DEC), em especial a E.coli produtora de toxina Shiga (STEC), e a Salmonella spp. Ambas são bactérias associadas a infecções ou toxiinfecções intestinais causadoras de diarreia em humanos e animais, sendo um grande desafio para a saúde pública no Brasil. O objetivo desse trabalho foi investigar a frequência de DEC e Salmonella em fezes bovinas. Um total de 100 amostras de fezes bovinas, perfazendo 10 lotes e 10 animais por lote, foram coletadas em um frigorifico sob inspeção federal na região da Zona da Mata Mineira. As amostras foram coletadas durante a etapa de oclusão de reto pela técnica de suabe na ampola retal. As amostras formam semeadas em Ágar MacConkey e colônias características foram submetidas a uma triagem bioquímica. Já Salmonella spp. foram usados métodos oficiais que contam com as etapas de pré-enriquecimento, enriquecimento seletivo, plaqueamento, bioquímico e confirmação pela PCR, investigando a presença do gene invA. Os isolados caracterizados como E. coli foram submetidos a PCR multiplex para identificação de patotipos de DEC. A partir das 100 amostras analisadas, registrou-se a ausência de Salmonella. Entre os 381 isolados de E. coli, 53 (13,91%) foram positivas para DEC sendo 3,41% (13/381) E. coli enteropatogênica (EPEC), 9,45% (36/381) E.coli produtora de toxina Shiga (STEC), 0,26% (1/381) E. coli enterohemorrágica (EHEC), 0,26% (1/381) E. coli enteroinvasiva (EIEC) e 0,79% (3/381) E. coli enteroagregativa (EAEC). Dentre os patótipos de DEC identificados destaca-se a STEC, que habitualmente se encontra no trato gastrointestinal de bovinos de corte por ser um reservatório natural dessa bactéria, e que estava presente em todos os dez lotes amostrados. A ausência de Salmonella somente reforça que o sistema de produção da carne bovina e seus aspectos epidemiológicos possuem baixo risco. A vigilância microbiológica se mostra essencial para garantir a segurança dos alimentos e a saúde pública. |