| Resumo |
É bem documentado que uma alta incidência de mastite em rebanhos pode afetar negativamente a qualidade do leite e, consequentemente, a composição das proteínas do soro. O crescente desafio de bactérias resistentes aos antimicrobianos convencionais nos leva a buscar tratamentos alternativos como o transplante de microbiota. Dessa forma, este estudo teve como objetivo quantificar as proteínas do soro do leite com mastite por S.warneri após tratamento com o transplante de microbiota e obter informações do comportamento destas proteínas após esse tratamento alternativo. As amostras de leite foram coletadas dos tetos direito e esquerdo de seis cabras primíparas Parda Alpina. As metades do úbere direito foram infectadas com 2 mL de S. warneri a uma concentração de 1,2 × 108 unidades formadoras de colônias por mililitro (UFC/mL) por inoculação intramamária, enquanto as metades do úbere esquerdo foram mantidas como controles individuais. Uma cabra adicional recebeu uma inoculação de 2 mL de solução salina tamponada com fosfato estéril (PBS) e serviu como controle negativo e para o transplante de microbiota foi utilizada uma cabra saudável como doadora. O protocolo de tratamento consistiu na administração de 120 mL de leite de cabra doada via teto direito de cada cabra infectada, uma vez ao dia, por meio de seringa estéril e foram coletadas amostras a cada dois dias até o fim do transplante que teve duração de nove dias. A quantificação de proteínas foi realizada usando o método de Bradford, que se baseia em medidas. Resumidamente, concentrações conhecidas de albumina sérica bovina (BSA) foram diluídas em um tampão contendo proteína, aplicadas a uma placa de 96 poços e lidas a 595 nm. Os resultados revelaram uma diminuição na quantidade de proteínas liberadas após o início do tratamento, atingindo uma concentração média de 1,222 µg/µL em animais infectados, enquanto o animal controle negativo manteve uma concentração média de aproximadamente 1,225 µg/µL. A partir do quinto dia de tratamento, é possível observar um aumento de proteínas liberadas (1,30 µg/µL), que continuou subindo ao decorrer dos dias de tratamento. O animal controle também apresentou um aumento, porém menos significativo (1,27 µg/µL), se comportando de forma semelhante no decorrer dos dias de tratamento. Notavelmente, variações individuais foram observadas na liberação de proteínas entre as cabras, ressaltando as respostas únicas de cada animal à infecção. Ao comparar as metades do úbere infectadas com as não infectadas, as médias de proteínas liberadas foram semelhantes. Essa observação sugere uma resposta sistêmica dos animais, apesar da independência dos quartos mamários. |