| Resumo |
O látex natural extraído de seringueiras nativas (Hevea brasiliensis) da região Amazônica é amplamente utilizado na indústria têxtil, especialmente na fabricação de tecidos emborrachados e artigos médicos. No entanto, um dos problemas recorrentes é o fenômeno do embranquecimento, caracterizado pelo aparecimento de manchas brancas em superfícies coloridas desses materiais, o que compromete sua aparência e qualidade. Diante disso, tornam-se necessários tratamentos específicos para a remoção de impurezas, pigmentos naturais e resíduos orgânicos presentes na superfície do látex, a fim de evitar alterações indesejadas de cor e garantir maior estabilidade visual aos produtos. O presente trabalho teve como objetivo avaliar diferentes tratamentos quanto ao grau de embranquecimento em fios de látex submetidos a distintas concentrações de hipoclorito de sódio (NaClO) diluído em água, sob condições controladas de temperatura e tempo. Foram testados cinco tratamentos, a saber: T1 (controle, sem aplicação), T2 (50% H₂O + 50% NaClO), T3 (75% H₂O + 25% NaClO), T4 (85% H₂O + 15% NaClO) e T5 (95% H₂O + 5% NaClO). Os fios foram inicialmente separados em dez unidades por tratamento, amarrados e imersos em béqueres contendo as respectivas soluções. Em seguida, os recipientes foram tampados e levados à estufa a 65 °C por 360 minutos. Após esse período, os fios foram retirados, lavados em água corrente e submetidos à secagem em estufa a 180 °C por 60 minutos. Posteriormente, foram expostos ao intemperismo natural. A avaliação do embranquecimento foi realizada visualmente em cinco datas distintas (13/03, 26/03, 15/04, 28/04 e 01/07 de 2025), utilizando-se uma escala de 0 a 100%, sendo cada uma das dez unidades representativa de 10%. A presença de qualquer nível visível de embranquecimento foi considerada indicativa da ocorrência do fenômeno. Os resultados obtidos indicaram que, em 13/03/2025, o tratamento T1 (controle) apresentou 100% de ocorrência de embranquecimento, mantendo-se constante nas análises subsequentes. O tratamento T2 apresentou 30% de embranquecimento nas quatro primeiras avaliações, aumentando para 40% na última data. Já os tratamentos T3 e T4 não apresentaram qualquer sinal de embranquecimento durante todo o período analisado. O tratamento T5 apresentou variação significativa: 10% em 13/03, 50% em 26/03 e 70% em 15/04, mantendo-se em 70% nas datas seguintes (28/04 e 01/07). Com base nos resultados obtidos até o momento, conclui-se que os tratamentos com 25% e 15% de NaClO (T3 e T4) foram os mais eficazes na prevenção do embranquecimento. A avaliação visual demonstrou ser uma ferramenta útil para a análise preliminar do fenômeno. Estudos futuros poderão incorporar métodos laboratoriais, como análise colorimétrica e testes de resistência das fibras, com o intuito de validar e complementar os resultados encontrados. |