| Resumo |
Introdução: Dados da Organização Mundial da Saúde apontam que o Brasil é o país mais ansioso do mundo, com 9,3% da população afetada, e que uma em cada quatro pessoas terá algum transtorno mental ao longo da vida. A ansiedade é uma resposta comportamental, estimulada por hormônios liberados diante de situações de ameaça ou perigo. Embora fundamental para a sobrevivência, pode tornar-se crônica, gerando dificuldades na vida social e fisiológica. O Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) é uma das formas mais comuns, caracterizada por reações como tremores, sudorese, tensão muscular e cefaleia. Objetivos: Esta revisão sistemática objetivou analisar estudos experimentais controlados randomizados para avaliar se o exercício físico, em diferentes modalidades, contribui para o tratamento do TAG, considerando seus efeitos psicológicos, fisiológicos e sociais, buscando identificar quais práticas são recomendadas para pessoas com TAG. Metodologia: Este trabalho reuniu evidências científicas publicadas entre 2015 e janeiro de 2025, disponíveis nas bases de dados PubMed, SciELO e Google Acadêmico. Foram definidos critérios de inclusão e exclusão, além da análise e síntese dos resultados dos artigos selecionados. A amostra considerada incluiu homens e mulheres maiores de 18 anos, com diagnóstico clínico ou análogo do TAG. Foram excluídos estudos sem relação do TAG com o exercício físico, e estudos feitos em modelo animal. A estratégia PICO (Pessoa, Intervenção, Comparação, Resultados) foi utilizada para a pesquisa. Resultados: Foram analisados sete estudos. Cinco deles abordavam diretamente o TAG, e dois a ansiedade de forma geral, mas forneceram subsídios relevantes para a discussão. Os achados mostraram que o exercício aeróbico, resistido, HIIT (treinamento intervalado de alta intensidade) e funcional, reduzem significativamente os sintomas da TAG. Os benefícios envolvem mecanismos fisiológicos como regulação do cortisol, aumento de IGF-1, neurogênese, elevação das ondas alfa, melhora da autoestima e adaptação ao estresse. Os melhores resultados ocorreram com intensidade moderada a alta. Conclusões: O exercício físico mostrou-se uma intervenção não farmacológica eficaz no tratamento do TAG. A partir das análises, uma proposta baseada no princípio FITT (Frequência, Intensidade, Tempo e Tipo) recomenda exercício combinado (aeróbio + resistido), cinco vezes por semana, com sessões de 30 a 40 minutos, em intensidade entre 70% e 95% da frequência cardíaca máxima. Por exemplo, pode-se usar o HIIT (corrida, bicicleta, jump, etc.) combinado com musculação. Contudo, é essencial avaliar o nível de ansiedade do praticante, pois quanto mais alta a intensidade do exercício, maior será a liberação de cortisol sanguíneo. É necessário conhecer previamente a pessoa para aplicar cargas superiores a 70%. Para pessoas com TAG, recomenda-se que a prática seja supervisionada por um profissional de Educação Física. |