Das Montanhas de Minas ao Oceano: Os Caminhos da Ciência para um Futuro Sustentável

20 a 25 de outubro de 2025

Trabalho 20770

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Ensino médio
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Dimensões Sociais: ODS4
Setor Colégio de Aplicação - Coluni
Bolsa PIBIC Ensino Médio
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor DANIEL MENDES MOLINARI
Orientador LUIZ GUSTAVO SANTOS COTA
Título Onde estão os indígenas?: apagamento da memória indígena em Ponte Nova, Minas Gerais
Resumo Assim como ocorre em relação a outros territórios brasileiros, a história do município mineiro de Ponte Nova é correntemente “contada” a partir da ocupação colonial. Seu “nascimento” teria sido precedida por expedições conhecidas como “entradas e bandeiras”, realizadas a mando da Coroa Portuguesa, com o objetivo mapear os territórios reivindicados, apontando possíveis riquezas e iniciando o processo de ocupação. Tais empreitadas se aprofundaram no território hoje conhecido como Minas Gerais na segunda metade do século XVII, especialmente em razão da busca por metais e pedras preciosas.
As populações indígenas eram percebidas pelos colonizadores tanto como oportunidade econômica, em razão do processo de escravização, quanto como um empecilho ao processo de ocupação definitiva do território. A estratégia adotada pela Coroa Portuguesa para resolver o “problema” foi a distribuição de cartas de sesmaria aos “valentes” que se comprometessem tanto se estabelecer no sertão, quanto combater o inimigo. De outro lado, estando o território correspondente ao que hoje é Ponte Nova aos mais devotados à mineração, a ocupação com sesmeiros teve ainda o objetivo de se estabelecerem roças que poderiam produzir víveres para a população empregada na lavra do ouro. Dentre os “víveres” produzidos haveria desde milho até, principalmente, cachaça (ANDRADE, 2011).
Até o século XIX, o Estado colonial seguiu em guerra contra populações indígenas no território que se estendia do centro da atual zona da mata até a então província do Espírito Santo, ao ponto de o então regente D. João VI, já em terras brasileiras, ter declarado Guerra Justa contra os “botocudos”, em 1808.
O termo “botocudo” sofria com o mesmo processo de generalização, se referindo a todas as sociedades indígenas que tivessem o costume de utilizar adornos faciais, chamados de “botoques”.
Todo este processo levou ao apagamento das sociedades indígenas, tanto em termos demográficos, como resultante do morticínio, quanto em termos de sua cultura material e memória. Lhes foi negada a própria noção de história, em sua diversidade e lógicas culturais singulares, tendo sido sua própria humanidade alvo de dúvida contínua, desde os primeiros tempos de conquista do “novo mundo”.
O presente projeto objetiva construir uma reflexão sobre o processo de apagamento da presença indígena no município de Ponte Nova, Minas Gerais, analisando-se documentação histórica, bibliografia memorialística, materiais didáticos e textos oficiais da contemporaneidade, a fim de se poder, além de entender melhor tal processo, oferecer possíveis soluções para práticas de Ensino de História local que atendam tanto as justas demandas por direito à memória, quando o respeito à legislação vigente, especialmente a Lei 11.645/2008, que tornou obrigatório o ensino de história e cultura indígenas para todo o sistema de ensino.
Palavras-chave CAp-COLUNI, História Indígena, Ponte Nova.
Forma de apresentação..... Painel
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