| Resumo |
O manejo das plantas daninhas (PDs) demanda grande quantidade de herbicidas, os quais representaram cerca de 47 % do consumo de agrotóxicos no país em 2022, segundo dados da FAO. Uma das alternativas para reduzir o consumo é a utilização de microrganismos inibidores do crescimento vegetal, como rizobactérias deletérias (DRB, do inglês Deleterious Rhizobacteria). As DRB são microrganismos que colonizam a rizosfera das plantas, com a capacidade de inibir o crescimento vegetal. Os objetivos deste trabalho foram avaliar a inibição do crescimento de diferentes espécies de plantas daninhas por DBR isoladas da rizosfera de Bidens pilosa L. (Picão-preto), bem como caracterizar os mecanismos de promoção ou inibição do crescimento vegetal. O experimento foi realizado em casa de vegetação com sete tratamentos e quatro repetições em delineamento inteiramente casualizados (DIC). Os tratamentos constituíram-se da inoculação com seis isolados bacterianos e o controle com ausência de inoculação, testados em cinco espécies de PDs: Sorghum arundinaceum (Desv.) Stapf, Brachiaria decumbens, Ipomoea cairica, Amaranthus spinosus L. e B. pilosa. Após 55 dias do plantio foram avaliados o comprimento da parte aérea e o diâmetro do coleto. A massa seca da parte aérea e da raiz foram obtidas após secagem em estufa à 65 °C até atingir peso constante. Em laboratório foram realizados testes para caracterizar os mecanismos de promoção de crescimento pelos isolados (solubilização de fosfato de cálcio, produção de auxinas, sideróforos, cianeto, amônia, quitinase e fixação biológica de nitrogênio). Os resultados obtidos foram submetidos à ANOVA e as médias comparadas pelo teste de Tukey à 5 % de probabilidade usando-se o software RStudio. Os isolados bacterianos variaram quanto à capacidade de inibir o crescimento das espécies avaliadas (efeito de promoção, inibição ou neutro). A inibição do crescimento efetuada por alguns isolados manifestou-se na parte aérea, nas raízes ou em ambos os compartimentos. A capacidade de promoção ou inibição do crescimento mostrou-se dependente do isolado e da espécie vegetal. Três isolados testados foram capazes de produzir sideróforos e de degradar quitina. Somente um isolado apresentou potencial de fixação biológica de nitrogênio. Os isolados testados não foram capazes de expressar a produção de HCN in vitro. Os isolados bacterianos testados variam quanto à capacidade de inibir o crescimento de Sorghum arundinaceum (Desv.) Stapf, Brachiaria decumbens, Ipomoea cairica, Amaranthus spinosus L. e Bidens pilosa L. Os isolados não expressam atividade de produção de cianeto in vitro, sugerindo a existência de outros mecanismos envolvidos na inibição do crescimento das plantas daninhas. |